quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Para acabar de vez com o politicamente correcto!

Esta semana houve grande polémica com a notícia que apareceu num jornal da nossa praça e que era mais ou menos isto: “Costa chama cega e cigano para o Governo”.

Eu discordo de tanta polémica. Jornalismo sem papas na língua merece sempre o meu aplauso. E neste caso sempre nos poupa a trabalheira de decorar os nomes dos governantes. Podemos sempre dizer, a negra, o cigano, o monhé, a cega e por aí adiante.
Só é pena que as papas só saiam da língua do jornalismo, quando é para falar da negra, do cigano e da cega. Se é para ser uma análise exaustiva do novo Governo, não podemos falar de uns e deixar outros de fora.
Estive a dar uma vista de olhos neste Governo e no mínimo, o título daquela notícia podia e devia ter sido: “Monhé chama cega, cigano, negra, uma velha, quatro carecas, cinco gordos e nada mais, nada menos, do que seis caixas-de-óculos, para o Governo!”. 
É ou não uma notícia que dá vontade de ler? E podem ir confirmar que é tudo verdade.

Para terminar e para o caso de estarem a pensar que eu sou uma atrasada mental… claro que o problema não está nas palavras. Os pretos, os ciganos, os cegos, os políticos são todas palavras legítimas, que não merecem ser discriminadas. 

O problema surge, quando, sabendo o nome da pessoa em questão, ainda assim, escolhemos dizer o cego, o preto, o cigano, etc., bem sabendo que o mérito ou defeito daquela pessoa em concreto, não é ser preto, cigano ou cego, etc. Isto pode não ser xenofobia, nem racismo, se calhar não é, mas é muito mau! 

QUEM TEM MEDO DO EI?

A Turquia tem medo dos curdos. A Rússia tem medos dos rebeldes sírios. Os americanos têm medo do Bashar al-Assad… Ninguém tinha medo do EI, até que a França foi obrigada a olhar com mais atenção para o problema e parece que agora, finalmente, todos têm medo do EI. Ou será ISIS? Ou será DAESH? Lembro-me que já foi Al-Qaeda e na Nigéria, por exemplo, atende por Boko Haram. Pessoalmente eu chamo-lhes: QUE GRANDE MERDA!!!

Voltemos à Al-Qaeda e aos ataques do 11 de Setembro de 2001. Bin Laden intitulou-se o autor moral dos ataques. Já toda a gente conhece a história do Bin Laden, mas vale a pena recordá-la, porque é uma história com um final feliz. 
Bin Laden nasceu na Arábia Saudita, onde cresceu e estudou. Depois juntou-se a forças jihadistas no Paquistão e daí foi lutar contra a União Soviética no Afeganistão. Parece que tentou assentar bases no Sudão, mas foi de lá corrido e desde de 1996 que tinha o estaminé montado no Afeganistão.
Após os ataques do 11 de Setembro perdeu-se-lhe o rasto e finalmente, em 2011, foi encontrado e morto no Paquistão.

Onde entra o Iraque nesta história? Ninguém sabe... Ou melhor, o senhor Bush  saberá. Entre as papoilas do Afeganistão e o petróleo ali tão perto do Iraque, ninguém mais quis saber do senhor Bin Laden.  

Se existisse justiça internacional, o único lugar que Bush e os outros mentecaptos, que organizaram a cimeira das Lajes e planearam a guerra do Iraque, teriam na História, seria o do banco dos réus, no Tribunal Penal Internacional. 
A guerra no Iraque foi um verdadeiro acto terrorista. E basta ver como à data, as imagens do enforcamento de Saddam Hussein, se tornaram “virais”, para perceber o que foi a intervenção no Iraque. Operação “Liberdade ao Iraque”, assim lhe chamaram. A primeira de todas as primaveras árabes.
Não admira que os americanos queiram fechar a base nas Lajes. Quem os pode censurar? É um sítio de má memória.      

Apesar dos vários nomes que os terroristas do estado islâmico possam arranjar, todos eles têm uma coisa em comum, o ódio ao Ocidente e os regulares ataques perpetrados desde 2001. Nem o Bashar, nem o Saddam, e já agora, nem o Kadafi, representaram alguma vez tamanho perigo para o Ocidente. 

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

DEMOCRATAS DE VÃO DE ESCADA

Eu votei no Bloco de Esquerda. 
Não sou de partilhar o meu voto, mas desta vez tinha mesmo de ser, porque, se soubesse o que sei hoje… votava Bloco à mesma. 

A democracia costuma dar dores de cabeça, mas por cá tem dado umas enxaquecas do pior. Algumas pessoas não conseguem ver a realidade à frente dos olhos, tal a zoeira que vai naquelas cabeças. 
O governo que ganhou as eleições foi chumbado no parlamento por 123 deputados de entre os 230 eleitos. Ainda assim devia governar, como de facto governou, durante escassas, mas intensas semanas. Até deu para vender a TAP!

A mim preocupa-me muito o nervosismo dos mercados, o pânico das bolsas e o stress da economia em geral. Tudo porque as pessoas (essas chatas!) foram votar e escolheram uma maioria de esquerda no Parlamento. 
Pois é, por muito que gritem (e se gritam), que a coligação ganhou as eleições, as pessoas votam para a formação do Parlamento e não para a do Governo. Se o partido que ganhou as eleições, não consegue apoio no Parlamento, o órgão de soberania que merece respeito é o Parlamento e não o Governo. Caso contrário, aí sim, isto era Angola ou a Venezuela ou a Madeira nos tempos do Alberto João, esse grande social-democrata. Sobretudo democrata, era muito.

Uma questão que me tem “atormentado” por estes dias é: de que lado terá votado o deputado do PAN?
Eu adoro a natureza e ainda mais os animais. Em casa tenho um gato e várias plantas. O motivo da minha preocupação é que, quando lhes pergunto, sobre as ideias que têm para o país, nenhum me responde. Da minha experiência, os animais e a natureza não querem saber da política e do Parlamento.
Já os mercados, como podemos ver, não andam nada bem e ainda lhes dá (mais) uma sulipampa, por causa do resultado das eleições. Se calhar os mercados é que deviam ter um partido a defender os seus interesses no Parlamento e não os animais e a natureza.  

Estou a pensar adoptar um mercado bolsista no Natal. Parecem-me mais empáticos que os gatos e as plantas. 

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Não tem mal easy Jet...

Leio nas notícias, esta semana, que a easy Jet confundiu Portugal/Porto com a Grécia/Kefalonia.  

É natural. O nome do Sócrates todos os dias nas notícias… Eu se fosse estrangeiro também me baralhava.
Assim é muito difícil convencer as pessoas, que Portugal não é a Grécia. Ou bem que o estrangeiro pensa, que nós somos a Grécia, ou bem que o estrangeiro pensa, que somos a nação mais erudita do mundo e passamos a vida a discutir o pensamento do grande filósofo grego nas notícias.

Esta semana também, Portugal, o nosso calmo e belo Portugal, foi premiado com um honroso 5º lugar, num campeonato qualquer da corrupção. Tenho de ser sincera, com um "ponta-de-lança" como o Sócrates e o meio-campo criativo que foi, aquele caso dos vistos gold, merecíamos melhor. 
Por acaso não reparei na classificação dos gregos – aposto que nos ganharam outra vez, esses falsos! 

Irrita-me profundamente a conversa, que Portugal não é a Grécia e de todos os que vão atrás e vestem esta camisola. Portugal ainda não é a Grécia, mas é uma questão de tempo.

Ou será que ao fim de oitocentos anos de gente insensata, incompetente e amoral – para ser simpática – a gerir as contas públicas, de repente, temos um governo de anjos salvadores preparados para o pior? 

Boa sorte para nós! 

sexta-feira, 19 de junho de 2015

OS HOMENS QUE NÃO COMPREENDEM AS MULHERES.

Pelas minhas contas, (e as do Google), existem no mundo cerca de 4 mil milhões de mulheres. O que quer dizer que a frase: “eu não compreendo as mulheres” é, provavelmente, uma das frases mais estúpidas que se pode dizer. Esta e aquela do “as mulheres gostam é dos gorditos”. Ou melhor "é dos carecas que elas gostam mais".
O Ricardo Quaresma despido na capa da revista Cristina? Piroso! Não gostamos. Homens altos e musculados? Nem pensar! As mulheres gostam é de gordalhufos. Gordalhufos e carecas.

Voltamos aos números. Existem 4 mil milhões de mulheres no mundo. Compreender essa entidade denominada “as mulheres”, implica conhecer individualmente 4 mil milhões de seres humanos, todas diferentes, cada uma com as suas pancas e manias e Deus seja louvado, se for possível chegar a alguma conclusão válida, que sirva de denominador comum a todas elas – dizer uma vagina não vale, até porque hoje em dia isso é muito discutível.

O que já é possível, difícil, mas possível, é conhecer uma mulher e compreendê-la. Só que para isso é preciso falar com ela e ouvir o que ela tem para dizer, que é uma coisa que os homens que não compreendem as mulheres não querem fazer, porque eles só querem falar de bola, carros e mamas e estes são de facto os únicos assuntos que eles compreendem.
Bola, bola, mamas, mamas, carros, carros, mamas, bola, bola, carros, mamas, mamas, bola, bola, bola, bola, bola - é o campeonato do mundo - mamas, bola, carros, carros, carros, carros - novo modelo da mercedes ou da audi ou da bmw - bola, bola, mamas, mamas, mamas, mamas, mamas, mamas, mamas, mamas, mamas - férias da bola e não há carros novos - videojogos - não há bola, nem carros, nem mamas.
Esta é a linguagem que falam, os homens que não compreendem as mulheres.

Convêm lembrar as pessoas que gostam destas generalizações e das 50 sombras de Grey e de bad boys e desse tipo de palermices, que vivemos num mundo, onde todos os dias aparecem notícias de mulheres maltratadas, às vezes pelos companheiros, às vezes por soldados da ONU, outras vezes vendidas em miúdas, como escravas sexuais, ao preço de maços de tabaco, etc.  
Talvez quando vivermos num mundo, onde estas coisas não aconteçam, ou pelo menos não aconteçam com esta frequência diária e amplitude mundial, eu consiga achar graça a estas idiotices do que as mulheres gostam é de… Até lá não acho. Acho de mau gosto e perverso.

Nunca conheci uma mulher que se tivesse apaixonado por um bad boy. Juro! Conheci muitas, isso sim, que perderam demasiado tempo com um bad boy, na esperança de voltarem a encontrar o cavalheiro, por quem se tinham apaixonado. E também nunca conheci um homem que conquistasse uma mulher a tratá-la mal. O que acontece é uma coisa diferente, depois de as conquistarem, eles gostam de as tratar aos pontapés.

Não sei o que é o Marco Paulo pensava sobre isto, quando escreveu: “uma louca na cama, uma lady na mesa”, e se alguma vez ele teve uma louca na cama, que se comportasse como uma lady na mesa.
Pela minha experiência, se ele é um bad boy na cama, vai ser um camionista na mesa. O que eles são na cama é o que eles são na mesa. Para as mulheres nunca houve o bad boy na cama e o xoninhas na mesa. Se ele é bad boy na cama, ele é bad boy na mesa e se ele é xoninhas à mesa, ele é xoninhas na cama e nunca foge muito disto. 
Portanto, o melhor, é que ele não seja assim tão bad boy na cama, nem tão xoninhas à mesa – até dava uma bela música para o Marco Paulo.

Agora me lembro, afinal até conheço uma fêmea, que gosta de bad boys. A minha Iolanda. O que ela gosta de um bad boy! Diz que dão muita luta e óptima carne picada. Temos bolonhesa para um ano cá em casa.   

A MÃO INVISÍVEL NÃO CHEGA!

Para mim ser um liberal na economia é o mesmo que ser um liberal nos direitos humanos. Não existe. Exagero? Quem é que põe o pão na mesa, a gasolina nos carros e a roupinha fresca depois do banho? É a filosofia? A homeopatia? Não. As últimas notícias dizem, continua a ser a economia. Por isso têm de haver regras fundamentais na economia.

Depois da novela do BES e do BPN vão continuar a insistir, que o problema é do estado social e dos reformados e dos trabalhadores, que têm de ganhar menos e trabalhar mais?
Todos aqueles dias de comissões no parlamento, não ensinou nada esta gente? Ou a ideia é repetir várias vezes que foi o estado social e a bolha da educação e da saúde, que nos levou à falência e esperar que um dia isso se torne verdade?!

Alguém se lembra do escândalo do HSBC de há poucos meses atrás e da famosa lista da fuga fisco? Acho que foi pela mesma altura, que andava tudo mais preocupado em saber o que bebia e o que comia, o ministro das finanças grego. Por exemplo, eu não sei se o ministro das finanças grego bebe vinhos caros ou não, nem quantos milhões devemos há Europa, mas sei que temos uma funcionária das finanças, portuguesa, que tinha 2,5 milhões de euros no HSBC. É a única coisa que eu sei, ou sabia, sobre esta senhora. Não sei se ela continua a trabalhar nas finanças, que vinho bebe ao jantar e se continua a ter 2,5 milhões de euros no HSBC, porque, pelos vistos, não interessa a ninguém.    

Também não sei se a resposta a tudo isto é um rendimento máximo, como diz o Marinho & Pinto, mas tem de existir algum travão eficaz contra a amplitude de salários que vemos dentro das empresas.
Hoje em dia, os patrões, chefes, administradores, CEOs, ou o que lhes queiram chamar, não se podem dar ao luxo de ter trabalhadores a ganhar um salário mínimo de 500 euros e um administrador não executivo, (que é um administrador, que não administra), a ganhar 5 mil euros à reunião. Não há produtividade de massa laboral que aguente isto. E enquanto tivermos administradores a ganharem consoante os lucros (fictícios), que (não) geram, não vai haver estado social que resista. A questão é, se alguma coisa digna resiste a isto?

Não se pode combater o desemprego com despedimentos mais fáceis. Nem com salários mínimos de 500 euros. Podem ser medidas muito eficazes. Claro que são. Se baixarem a treta do salário mínimo, para duas sandes de queijo por dia e um cobertor, eu própria estou disposta a dar emprego a duas pessoas. Ou pensando melhor não estou, porque isso é muito pouco digno.

Diminuir os custos do trabalho, baixando salários, sem se baixar ao mesmo tempo os custos da energia, da habitação, da saúde, etc. – tudo coisas que têm vindo paulatinamente a aumentar – é atirar pessoas para a pobreza e para a miséria. Na melhor das hipóteses, é atirar pessoas para viverem acima das suas possibilidades.

Resumindo:
Devíamos estar mais preocupados com os que vivem acima da sua produtividade e não com os que vivem acima das suas possibilidades. E acreditar que o mercado “em roda livre”, se organiza para dar o melhor ao mundo e às pessoas, é tão idiota como acreditar na bondade natural destas. Ou será mais idiota?...

quarta-feira, 27 de maio de 2015

A teoria é muito bonita, mas se as premissas estão erradas…

Se não me engano, era a grande Alcina Lameiras quem dizia: "Não negue à partida, uma ciência que desconhece". 
Também acho mal! Nunca façam isso! Se querem negar ciências, primeiro conheçam-nas.

No entanto, que eu me lembre, a grande Alcina Lameiras nunca disse nada, sobre mandar bitaites, acerca de ciências que desconhecemos e ainda bem, que me estragava um dos hobbies favoritos, como o exercício a que vou passar, em seguida.   

John Nash morreu esta semana, num acidente de automóvel. Sabia muito pouco sobre John Nash. Vi o filme e, como o comum dos mortais, só depois de o senhor falecer, é que me fui tentar informar do seu contributo, para a economia e a matemática.
Não tenho boas notícias. 
Comecei por ler os obituários e as notícias da ocasião e não percebi nada da teoria dos jogos, nem do equilíbrio de Nash. 
Felizmente, o Sr. Nash, quando concebeu a teoria dos jogos – seja lá o que isso for – concebeu também um exemplo prático, para que pessoas como eu – económica e matematicamente “challenged” – a pudessem perceber. 
É aqui que chegam as más notícias, porque o exemplo prático do Sr. John Nash, não bate certo com a realidade – e, por um lado, ainda bem que o senhor faleceu, que em vida, eu não tinha coragem de lhe dizer estas coisas.

Chama-se ao exemplo prático da teoria dos jogos, o dilema do prisioneiro. E em que consiste o dilema do prisioneiro?
Bom, há várias versões na net, mas, infelizmente, todas com a mesma premissa errada, o que me leva a crer, que o problema seja do John e não da net.
Vamos lá a saber então, em que consiste, o dilema do prisioneiro. Ora, o dilema do prisioneiro, não tem nada que enganar, é o típico dilema do prisioneiro, mais comummente chamado, o dilema do detido para primeiro interrogatório judicial, muito em risco de acabar prisioneiro.

Então imaginem que vocês e mais um amigo vosso cometem um crime. Um roubo, um assassinato, espancam gratuitamente uma pessoa, no meio da rua, só porque sim, no final de uma noite copos. E depois de terem cometido o crime, (roubo, assassinato, espancamento…), combinam, vocês e o vosso amigo, que caso aquilo dê asneira e a moina venha bater à vossa porta, ficam os dois de bico calado, ou dizem, quanto muito, que passaram aquela tarde juntos, a dar de comer aos pombos, no Parque Eduardo VII.

Verifica-se o pior dos cenários, a moina vem bater à vossa porta, leva-vos para a esquadra e a cada um de vocês é feita, separadamente, a seguinte proposta: se confessarem antes do vosso amigo, o crime que cometeram, tu levas um ano, e o teu amigo leva com a pena máxima para o crime, 10 anos. Sendo que, ficas bem ciente, que se for o teu amigo a aceitar primeiro, a proposta, é ele beneficiar do 1 ano e levas tu com a tarifa máxima de 10 anos. 

Mas as premissas do John não se ficam por aqui. Há mais duas. Ambos os prisioneiros, vocês e o vosso amigo, sabem, que se confessarem os dois, ao mesmo tempo, levam com a pena de 10 anos repartida ao meio, 5 para cada um. Porquê? Porque confessaram, colaboraram com a justiça, pouparam uma data de tempo ao tribunal, levam uma atenuação de 5 anos cada um, mas, ainda assim, sempre são 5 anos de pildra, para cumprir.

A partir daqui, é que tudo descamba, no dilema do prisioneiro de John Nash. Diz o John, na sua quarta premissa, que se ambos os prisioneiros ficarem calados, é a situação mais vantajosa para ambos, porque assim, apanham só dois anos de choldra cada um. Como disse? Em que país? Nem na Coreia do Norte, ou se calhar, só na Coreia do Norte! Faz algum sentido?! Se confessarem os dois levam 5 anos cada um e se ficarem os dois calados levam dois anos?! Por alma de quem?!

Então se nenhum dos prisioneiros confessa, das duas uma, ou são absolvidos os dois. Ou são condenados os dois à pena máxima, porque se faz a prova do crime em tribunal e não tendo os prisioneiros colaborado, pumba, levam os dois com dez anos de prisão.
Eu estou totalmente de acordo com o drama do prisioneiro, é mesmo isso, naquelas primeiras três premissas, mas a último premissa está factualmente errada, em qualquer tempo e lugar do mundo. 
O ficar calado, toda a gente sabe, é o tudo ou nada. Ou sais a ganhar tudo ou sais a perder tudo, não há meio termo no silêncio.

Se calhar na economia e na matemática, eles têm lá outras regras, mas no crime é assim que nós funcionamos.

Moral da história: trair o teu amigo em primeiro lugar, nunca é mais vantajoso do que ficarem os dois calados.

NÃO ROUBA & NÃO FAZ!

Aqui no nosso país, muito bem à beira-mar plantado, o problema não é tanto, o "rouba e faz", mas sim, o "até prova em contrário não rouba e o que faz, é muito mau".
E é entre estas duas alternativas sérias e credíveis, que nos pedem para escolher, nas próximas eleições: "o rouba e faz" e o "aparentemente não rouba e dá cabo disto tudo!"
Eu, francamente, estaria disposta a votar num "não rouba e não faz". 
Fazíamos tipo a Bélgica, um Governo a serviços mínimos, durante 4 anos. Eu votaria nesse. Quem é que promete fazer menos, durante 4 anos?

Aliás, a única forma de convencermos as pessoas a votar e diminuir drasticamente a abstenção e a apatia, em relação à eleição dos políticos, é uma mudança radical, no nosso sistema eleitoral. 
Bem sei, meses antes das eleições, mexer no sistema eleitoral, é capaz de não ser boa ideia, a não ser que a ideia seja francamente genial, como é caso. Cá vai:

E se, em vez de votarmos no governo que queremos, votássemos, (tal qual Casa dos Segredos), no partido que temos a certeza que não queremos, nem no governo, nem no parlamento. Depois, os partidos menos votados de todos, seriam os chamados a formar governo e ficávamos todos a sentir-mo-nos muito melhor, com as nossas decisões, na cabine de voto.

Por mim falo, se for votar para expulsar, eu tenho voto, mas para governar, não tenho.

Ao fim destes 4 anos de governo de coligação e não fosse a prisão do ex primeiro-ministro, que sempre animou um bocado as hostes, eu diria que estávamos na mesma, se não estivéssemos piores, como de facto estamos. 

Melhor exemplo de todos? A ministra da justiça. Há pouco tempo disse numa entrevista, que era a favor da legalização das drogas leves. Disse mais, até. Deu a entender, que se fosse ela a mandar(?!), por esta hora já podíamos comprar ganzas nas farmácias. Infelizmente, não passou das ideias para o papel, como fez em tantas outras coisas, sem o mínimo de ponderação, assim parece.

Depois do novo código de processo de civil, das mexidas no mapa judiciário e da revolução no Citius, onde é que encaixa esta ideia da legalização das drogas leves?!
Eu sei bem onde ela encaixaria na perfeição. Era antes de tudo o mais. Antes de fazer um novo código de processo civil, a ministra podia ter fumado uma ganza, ou duas, ou três. E, em vez de mexer no CITIUS ou no mapa judiciário, fumava outra ganza, bebia uma ou duas cervejas e depois mexia no pipi dela, que também é bom, que eu já experimentei no meu e sei do que falo. 

E assim ficávamos todos, nós e a senhora ministra, a ganhar com as reformas da justiça. Na verdade era só uma.

Suecos & Eritreus.


Sempre que acontece uma tragédia, as reacções nas redes sociais dividem-se entre dois tipos de massas acéfalas, (idiotas): os que estão mais preocupados com os comentários racistas, xenófobos e anti-imigração, que possam surgir, na sequência das mortes no Mediterrâneo. E, do outro lado, os cínicos do costume. Os que acham, que quem não chora todos dias as mortes em África, pela fome, pela guerra, pelo ébola, etc., em chegado a estas situações, não pode dizer nada ou é considerado um hipócrita.
A verdade é que muito se pode fazer e nem tudo implica fechar fronteiras e destruir barcos e, nas alturas de pós tragédia, embora não resolva nada, acho que a indignação, ainda assim, é mais digna do que insultar o próximo, mesmo que ele seja europeu.

Por exemplo, quando é que a Europa vai proibir – e em alguns casos perseguir - esses ditadores africanos, sanguinários, de continuar a usá-la, como o seu centro comercial, social e cultural?
Se é para proibir a entrada de migrantes de certos países, proibimos todos de cá entrarem, a começar pelas “elites” criminosas, muitas das vezes recebidas de tapete vermelho, por estes lados.

A Suécia, só para dar um exemplo a seguir, além de ter a melhor ministra dos negócios estrangeiros do mundo, tem cerca de 13 mil imigrantes da Eritreia, que pediram asilo e vivem na Suécia. Este número tende a aumentar todos os dias, pois, atraídos pelos primeiros, muitos mais procuram asilo, no norte da Europa.
Só que a Suécia não se limitou a acolher estes refugiados no seu país. Ouviu todas as atrocidades que estes tinham para contar – prisões sem julgamento, homicídios, raptos, torturas, etc. – reuniu provas e criou legislação contra os governantes da Eritreia. Ou seja, se o presidente da Eritreia – um psicopata empossado – ou algum dos seus ministros – outra cambada de psicopatas empossados – põe o pé na Suécia, vai a julgamento por todas as atrocidades que cometeu no seu país de origem e arrisca-se a ficar de cana na Suécia, até ao fim dos seus dias. Assim como quem diz, psicopatas, connosco, NÃO!

E dizem os cínicos, que isso não resolve nada, porque se prendermos estes, logo a seguir aparecem outros piores. Tudo bem, mas, pelo menos, estes já não atrapalham e sempre sai mais barato do que fazer uma guerra.

Enfim, é o contributo da Suécia para receber “imigrantes ilegais” e até agora, foi o contributo mais válido que vi.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Soltem os prisioneiros!

A “novela Sócrates” vai continuar por mais três vezes.

Por um lado, ainda bem. Depois da procissão à cadeia, espera-se agora – eu ouvi falar nisso – uma vigília nocturna de apoio ao preso nº 44.

Que bem precisa, após esta última polémica com o primeiro-ministro. O homem não se contém. Ouve falar de trafulhas em cargos políticos e salta logo da cadeia a gritar: “Isso é comigo?! Miseráveis!” Ou me engano, ou são este tipo de respostas sem pergunta, que o vão tramar em julgamento.

Já Passos Coelho não tem razão, ao dizer que, “como uns e outros”, não enriqueceu, nem “retirou nenhum benefício”, à custa do Estado.
Pode não ter enriquecido à custa da política e se assim for, muito mérito para ele, que as tentações são grandes. Mas não pagar à segurança social, durante 5 anos, ou lá o que foi, segundo todas as perspectivas da matemática e da economia é, lamento dizer, enriquecer à custa do Estado.
Enriquecer pouco, muito pouco, se comparado com o que vemos por aí – e graças a Deus, que o Estado não aguenta todos a enriquecer aos milhares e milhões – mas ainda assim enriquecer, o que não faz dele muito menos trafulha, apenas mais palerma. 

Mas voltando ao nº 44, o problema maior, é ele não ser apenas o nº 44 de Évora.
Ao que parece, em Évora, o senhor engenheiro é o nº 44, o 45, é o gabinete do subdirector, é o que ele quiser. 
Se alguém tinha dúvidas sobre a possibilidade de fuga, do preso, político, mais famoso do país, quanto à perturbação do inquérito, não há dúvidas. Basta ver a forma como o senhor engenheiro perturba as televisões, os jornais e a própria cadeia de Évora, onde está instalado e temos uma ideia da perturbação que ele faria cá fora e que deve ter feito, enquanto primeiro-ministro.

O outro problema, é que até o mais leigo já percebeu, que a nossa polícia, não só prende para investigar, como deixa-os presos, por não quererem falar. Os que falam e colaboram vêm cá para fora. Os que não querem falar, ficam lá dentro, a meditar.
Parece-me uma interpretação um bocadinho extensiva da lei e da expressão medidas de coação.
 
A propósito, tenho lembrado as palavras de João Soares, à data da detenção: não se prende um ex-primeiro ministro, a não ser por crimes de sangue. E eu acrescento ainda, não se prende qualquer pessoa, a não ser por crimes de sangue e muito menos um ex-primeiro ministro, numa cadeia que ele mandou construir e com um subdirector, que lhe empresta o seu próprio gabinete.
Pelos crimes de que está acusado, o senhor engenheiro pode estar preso preventivamente – e ser presumivelmente inocente – até Março de 2018. Ora, se ao fim de uns meses, ele já tem o seu próprio gabinete e usa as botas, o édredon e o cachecol que bem lhe apetece, é mais um ano e temos ali um califado socrático a nascer.
     
Por isso, eu defendo, soltem os prisioneiros!   
Não digo soltar todos os prisioneiros, mas há criminosos – como o nº 44 de Évora - que não faz sentido afastar do convívio social e até pode ser perigoso manter na cadeia.
Falo dos meliantes dedicados ao crime económico. Sou contra metê-los na cadeia. Fechem-nos em casa, ponham-lhes pulseiras, brincos ou colares, mas a cadeia, acho mal.
Se a pessoa não é violenta, nem um perigo público, não faz sentido.
Os trafulhas não violentos podem ser pessoas agradáveis, amigas do seu amigo e o nosso sistema penal tem de lidar com esta gente, anulando e prevenindo os seus instintos ilícitos, sem privar os cidadãos do convívio com amigos, pais, maridos, filhos, que vão parar a cadeia por corrupção, fraude fiscal, burlas, corrupções… 

Mesmo depois de condenados, a minha sugestão é: em vez de os prender, porque não, incapacitá-los? Não digo fisicamente – cortar mãos, partir-lhes a coluna, apedrejá-los… - nada disso. Incapacitá-los, juridicamente falando.

Até porque, não tenhamos dúvidas, nos dias que correm, quem não sabe gerir dinheiro e reiteradamente é apanhado em negócios, que ou são suicídios financeiros ou golpes económicos, não tem de ir parar a cadeia, pois ele é, à sua própria maneira, um atrasado mental.
Deve ficar inibido de concorrer a cargos públicos ou com qualquer tipo de responsabilidade económica e ser-lhe nomeado um tutor, para gerir o seu dinheiro, unicamente adquirido a partir do seu trabalho, declarado e fiscalizado.

É uma ideia que deixo, nada mais. Eu até gosto da novela Sócrates…

Who let the dogs out!

Lisboa tem uma barbearia só para homens e que proíbe expressamente a entrada de mulheres.
Parece-vos bem? Eu acho que sim e espero que não parem por aí, sugerindo, desde já, casas de banho só para homens e também, urologistas só para homens.
Até podiam criar um gueto, dentro da cidade, só para estas coisas, onde seja proibida a entrada mulheres.  

O problema é que meia-dúzia de feministas lisboetas, não gostaram do conceito e invadiram aquela merda, peço desculpa, invadiram a tal da barbearia, e vandalizaram aquela merda, peço desculpa, e vandalizaram a barbearia.

Se a história mete violência, eu jogo pela cartilha Beatles, que reza mais ou menos assim: salvar o mundo é muito bonito, todos queremos salvar o mundo, mas se falas em partir coisas, não podes contar comigo e isto vale para feministas e machistas.
A não ser que se trate de partir coisas, em cabeças machistas, aí sou a favor!
 
Mas, voltando à barbearia da polémica, será que o que enfureceu as senhoras foi o facto de a barbearia ser interdita às próprias? Acho que não. Só que, quando um idiota acha engraçado, colocar à porta de um estabelecimento comercial, uma tabuleta a dizer: “Homens podem entrar, cães também, mas mulheres não”, não se pode espantar, se as "cabras" ficarem ofendidas. E quando as "cabras" ficam ofendidas… acontecem estas coisas.

Por isso, a todos os otários e sobretudo às otárias, que por estes dias acharam, que o importante era defender o direito dos homens, a terem um espaço interdito a mulheres, onde pudessem cortar a barba à vontade e com toda a dignidade, eu tenho-vos a dizer, que apontei os vossos nomes todos e, um dia, eu também hei de ter o meu próprio estabelecimento comercial - uma coffee shop, onde eu possa mostrar ao mundo, todo o meu talento a fazer ganzas. Infelizmente, por estes dias, o país não me deixa “crescer”… – e na porta de entrada vai ter um letreiro a dizer:
“Aqui podem entrar gatos, cães, mulheres e homens, só é proibida a entrada a suínos e suínas.” E depois vou lá pôr as vossas caras ou a das vossas mães. Qual é que tem mais graça? 

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

A MATRAFONA QUE FICA PARA TRÁS.

O Natal é quando o homem quiser e o Carnaval são três dias, mas também podia ser todos os dias, se o homem quisesse. Não sou de me mascarar a preceito - a preguiça não deixa, os amigos não puxam - mas vivo muito a época, interiormente.

Sou a favor do Carnaval todos os dias, quem não tem aquele momento, em que por causa das pessoas ou circunstâncias envolventes, o melhor é pôr a máscara e brincar ao Carnaval? Todos os dias comigo!

Mas o que eu mais gosto no Carnaval, é que traz atrás as "minhas" matrafonas.
O que eu gosto de matrafonas!
Imagino-me na selva carnavalesca de Torres Vedras, a observar as matrafonas passar por mim e esperar calmamente a matrafona que fica para trás. A matrafona que bebeu demais, a matrafona que partiu o salto, a matrafona que perdeu o brinco, a matrafona bailarina... Adoro matrafonas de tule! Ou então, a matrafona mais descarada, com a mini-saia mais curta e que estivesse mesmo a pedi-las, a que até ia gostar que eu lhe desse um valente apertão. A matrafona que diz que não, mas no fundo, no fundo, é sim.
Apanhá-la sozinha, longe da manada - as matrafonas andam sempre em manada - e arrastá-la para um beco escuro...
Viva o Carnaval!

Podemos? Devemos!

Tenho sonhado muito com a Grécia, nestas últimas semanas. Com a austeridade, com a saída da Grécia do euro, com o ministro das finanças grego a perguntar e se a Grécia sair? Quem é que vai a seguir? Portugal? 
Eu espero que sim, Varoufakis. As minhas malas para sair do euro estão prontas há 15 anos.


Mas a Grécia e Portugal saírem do euro é a parte boa do meu sonho. A parte má, quando tudo descamba, é se o euro de facto acabar. Voltamos todos às nossas moedas, cada um à sua, e fazemos o quê, com os retornados de Estrasburgo e Bruxelas?! Temos alguma coisa para eles fazerem cá?...


É melhor começar a pensar nisso, porque, ao que parece, os alemães estão fartos de pagar a nossa dívida e não só os alemães, os holandeses, os austríacos, os belgas, os luxemburgueses, os que estão ali bem no centro da Europa e beneficiam de todas as vantagens da livre circulação de pessoas, serviços e todo o tipo de bens, com todas as facilidades de uma só moeda única, estão fartos de pagar a dívida dos PIIGS. Curioso é que, apesar disso, não se vê pessoas a sair à rua em protesto contra a Europa e contra o euro, em cidades como Berlim, Viena, Bruxelas ou mesmo na aldeia do Luxemburgo.
A Europa paga a dívida dos PIIGS e os PIIGS, ingratos, fazem manifestações contra o euro.
Custa-me muito entender que os alemães, os austríacos, os belgas e os luxemburgueses, etc. andem a pagar a nossa dívida e sejam os nossos trabalhadores, pensionistas e utentes dos vários serviços públicos, a sofrer no bolso, o pagamento que eles andam a fazer da nossa dívida.       


Há quantos anos ouvimos o velho discurso, de que não é a votar sempre nos mesmos, que o país muda?! Ou melhor, cada povo tem o governo que merece!
Os gregos tiveram a ousadia de escolher o governo que mereciam, que diz coisas tão óbvias como: um país em insolvência, não pode pagar a totalidade da sua vida. 

Acontece todos os dias nos tribunais de comércio deste país. Empresas portuguesas entrarem em insolvência e não só os credores não recebem a totalidade da sua dívida, como, a mais das vezes, o que recebem é nada e ao fim de 20 anos.


Nós não temos, nunca tivemos e duvido que alguma vez venhamos a ter um mercado ou uma economia capaz de competir em pé de igualdade com os países mais desenvolvidos da Europa. Em primeiro lugar, porque estamos aqui entalados neste cantinho entre a Espanha e o Atlântico e o nosso mercado e economia podem ter potencial, mas não é na Europa.
Nunca tive nada contra a livre circulação de pessoas, bens e serviços, o meu problema é com a moeda, que destruiu e vai continuar a destruir a nossa pequena economia, aqui à beira mar plantada. 
Somos uma equipa da terceira divisão, a jogar na liga dos campeões. Com uns estádios muito bonitos, para mostrar à Europa, mas a mesma equipa de merda, que sempre tivemos. 


Os gregos já perceberam que o euro é uma bela autoestrada para o precipício e querem arrepiar caminho.
Neste momento, o que a Europa devia discutir, é, quanto é que vai pagar aos gregos, para eles saírem do euro, depois do euro lhes ter esfrangalhado a economia?

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Podem casar, mas não podem adoptar?!...

O casamento homossexual deprime-me. Não o casamento homossexual em si, sou completamente a favor do casamento homossexual. Aliás, mais do que ser a favor, acho que o país precisa disso, mais casamentos, mais famílias e se mais adopções, melhor ainda. Tendo em conta o desempenho do Estado, a proteger as suas crianças, o casamento gay só podia ser uma boa notícia.
Tenho há muito tempo a convicção, que a uma criança, para crescer física e mentalmente sã, ela precisa do carinho, da atenção e do cuidado dos adultos. Se uma tia, dois pais ou um irmão mais velho é absolutamente indiferente e apesar da minha parca experiência com petizes, posso afirmar com segurança, que os pais infelizes, frustrados e atormentados é que são um perigo e uma violação dos direitos da criança. O género, a idade e a orientação sexual são mariquices, e as preocupações com a figura maternal e com a figura paternal, Deus me perdoe, se isso não é coisa de gente fútil.
O que me deprime no casamento homossexual é a importância que lhe damos, a histeria com que ele se discutiu e, principalmente, a esquizofrenia com que o legislaram.
Primeiro mito? Não era nem nunca foi, uma questão de direitos fundamentais. Havia uma lacuna na lei, sim senhor, mas não uma descriminação. Os homossexuais podiam casar, muitos deles casavam, e quando casavam, queriam casar com uma pessoa de sexo diferente, (é o chamado tapar o sol com a peneira), e questão técnica arrumada.
Se não queriam casar com uma pessoa de sexo diferente, então não casavam e faziam-se à vida. Um gay juridicamente despachado, não encontrava impedimento legal, ou, pelo menos, não mais do que o comum dos mortais, ao seu direito de constituir família. Há tanto notário por aí a precisar de trabalhar, que qualquer pessoa garantia o que quisesse, ao terceiro que bem entendesse e fazia valê-lo em tribunal, nos hospitais e no paraíso até, se nisso estivesse empenhado.
Mas os homossexuais queriam que o Estado previsse e que legislasse e não queriam uma figura nova, queriam a analogia. Ora, tendo havido uma maioria de esquerda, no parlamento, a mim parece-me bem e acima de tudo, parece-me justo. Se me parece lógico ou coerente? Não, lamento mas não me parece, parece-me até uma coisa bastante parola… e que seja! O Tony Carreira também é e tem direito a existir como os outros.
Mas não bastasse a falta de assunto do casamento homossexual, estragam tudo com a adopção! Se dantes, o contrato de casamento não constituía uma afronta ou uma descriminação, com base na orientação sexual, com esta nova lei, que proíbe, especificamente, os casais homossexuais de adoptarem, não tenho dúvidas em afirmar que o é.
Terminando com o início, o que me deprime no casamento homossexual, é que não passamos nem metade do mesmo tempo a discutir a justiça, a educação, a reforma da função pública, ou a corrupção e mesmo passados quinze anos a discutir o assunto, fazem merda na altura de legislar. Assim não vamos longe!

Sabem o que é mais ofensivo, que a careta do profeta, na capa de um jornal?

Mulheres em topless, na página 3 de um jornal. Surpresa? Eu também fiquei, mas é o século XXI que temos. E se fosse um jornal qualquer, mas é do "The Sun", que estamos a falar...
Em tempos, o seu director questionou no twitter, se não seria mais bonito e correcto, as senhoras aparecerem vestidas, em vez de em topless. Eu acho que sim, mas se é para acabar com as polémicas no jornal, a página 3 devia ser a menor das suas preocupações. Vou mais longe, para contrabalançar as notícias de mau gosto, quando não calúnias, habituais desta publicação, deviam ter rabos de homens na página 4 e contos eróticos nas páginas 5 e 6. Assim sim! As pessoas ficavam logo avisadas da trampa que aí vinha, nas páginas seguintes.
Aliás, é por isso que aquela gente super sensata e liberal do estado islâmico, também não gosta das caricaturas de Maomé, não vão as pessoas ver o profeta como um objecto.
A propósito deste debate do "Eu sou Charlie", "Tu não és Charlie", " A tua mãe é que é Charlie", "O meu Charlie é maior que o teu", tenho uma confissão a fazer. Cá vai:
Eu tenho uma rottweiler fechada na minha cave. Bem sei, animais perigosos não são de fiar, mas a minha Iolanda é especial. Por várias vezes pensei desfazer-me dela - olha, desfazer-me, quem é que eu quero enganar? Pensei mesmo matá-la, ou mandá-la matar - mas não consigo. São muitos anos juntas e embora ela não me respeite e tenha todos os defeitos de uma rottweiler que não respeita a dona, (agressiva, possessiva, intolerante, preconceituosa…), é muito leal. Mas não tenho mão nela, não tenho mesmo. No início ainda tentei: "Mas quem é que manda, Iolanda?". E até tomar a decisão de a fechar definitivamente na cave, mandava ela. Por isso, a minha Iolanda está sempre fechada na cave e não sai à rua para passear.
Nem me lembro de quando a trouxe para casa. Certamente foi aquela velha história. Eu ia a passear na rua, ela seguiu-me até casa, com olhos de carneirinho mal morto e eu trouxe-a, na esperança de dominar a fera. Qual quê? Depois pensei passá-la a outra pessoa, mas ninguém quer uma rottweiler em casa. Abandoná-la?! Seria impensável. A minha Iolanda é arraçada de doberman. Ataca o pescoço, não larga e é quase sempre fatal... para os homens. Sim, a minha Iolanda odeia homens e também anda descalça e não usa soutien.
Mas, se a minha Iolanda detesta os humanos do sexo masculino, eu, pessoalmente, não suporto putas! E de que falamos, quando falamos de putas? Quero dizer, de que falo eu, quando falo de putas? A maioria das pessoas pensa, que me refiro a mulheres, que vendem sexo a homens, que só pagando, conseguem tê-lo. Não, nunca me refiro a profissionais do sexo como putas. Falo de putas, putas mesmo!
Falo daquelas cinco mulheres, que vencendo o frio, a euforia das compras de natal e o tédio de merda das suas vidas - certamente - escolhem passar horas em manifesto contra o concurso da miss Universo, decorrido em Londres, no passado mês de Dezembro. Ou das frustradas, que tiveram a ideia de fazer um abaixo-assinado, para acabar com a página 3 do The Sun - aposto que são as mesmas cinco do concurso Miss Universo.
Dizem que são feministas, mas, numa Londres, em que na mesma semana se soube, que as mulheres ganham muito menos que os homens, estas putas sentem-se oprimidas, por um concurso que elege a mulher mais bela do Mundo. Até porque toda a gente sabe, que há 50 anos atrás, antes de existirem os concursos de beleza e mamas no The Sun, as mulheres dominavam o mundo.
Faz algum sentido, feministas, atacarem concursos de beleza e mulheres que se despem de sua livre e espontânea vontade, a troco de dinheiro e da atenção dos homens? Para falar direito, qual é o bem jurídico que esta gente quer proteger? A dignidade das mulheres que se despem ou a vontade dos homens que as querem ver? E será que também fazem manifestações no concurso Mister Universo? Ou é só a "mulher-objecto", que tira o sono a esta gente?... Não entendo.
São as mulheres bonitas, que vão salvar o mundo. Se elas unirem esforços, para nos defender e projectar a todas, vamos dominar o mundo! Ah! Ah! Ah! Ah! - Porra! Lá se soltou a minha Iolanda outra vez!
Agora a sério, se há coisa em que as mulheres dão lições, é em matéria de beleza. É a grande arma das mulheres, porque se os homens sabem apreciar a beleza, não fazem a menor ideia de como criá-la e é aí que nós entramos. Seja a fazer os enfeites de Natal, seja a desfilar de biquíni, seja a escrever um romance. Se mete beleza, chamem uma mulher! Se chamarem um homem, o mais provável é acabarem com uma ordinarice ou uma idiotice qualquer mal amanhada.  

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

À Guerra, o que é da Guerra!

Estou a pensar seriamente em abandonar as redes sociais. As pessoas estão cada vez mais esquizofrénicas e basta acontecer uma tragédia, para isso vir ao de cima. A última foi o ataque hediondo feito à revista Charlie Hebdo. Primeiro apareceram os que "são Charlie". Seguiram-se os que diziam "serem Charlie", mas que eram só eles que eram, apontando ferozmente o dedo a quem não era Charlie. E, cereja no topo do bolo da acefalia, acordo esta manhã e já há pessoas que se assumem orgulhosamente como: "não sendo Charlies". Sendo que, ainda ontem abriam as goelas, a dizer que eram do mais Charlie que havia... Neste caso do Charlie Hebdo, verdade seja dita, somos mesmo quase todos Charlie, por muito que isso irrite e desagrade alguns heróis do politicamente incorreto. Porque não é preciso gostar de humor negro, para condenar sem hesitação ou reticências, o massacre feito aos jornalistas do Charlie Hebdo. Tal como também não é preciso ser pobre, iliterato e andar de chanatas, para se ser de esquerda - embora ajude bastante, admito. A Ana Gomes quase foi insultada, por ter dito que as políticas de austeridade fomentavam o terrorismo. Uma afirmação, que não é preciso ser um génio, para entender o alcance. O terrorismo desenvolve-se melhor, onde as pessoas vivem pior. Uma Miss Universo não teria resumido tão bem! É como dizer que o frio aumenta o número de casos de constipações, quando está em causa um surto de Ébola. No entanto, não deixa de ser uma afirmação verdadeira e nem a Ana Gomes deve deixar de ser Charlie por causa disto. As políticas de austeridade e cortes cegos provocam sempre um aumento da criminalidade, e também um aumento dos casos de mortes por doenças, frio, má nutrição, etc. – de La Palisse, onde quer que estejas, um grande bem-haja para ti! Outra vítima da esquizofrenia da net, Gustavo Santos, um guru da vida em geral e comediante de sucesso, (embora involuntário), nas horas vagas, deve estar para ser chacinado, a qualquer momento, por ter dito, que as pessoas que fazem humor negro ou piadas de gosto muito duvidoso, põem a sua vida em risco. É bem verdade, caro Gustavo! Quantas vezes já senti isso na pele. Se isto não é de Charlie... É muito difícil fazer humor sem ofender as pessoas, não por causa do humor em si, mas pelas pessoas à nossa volta, que mesmo quando a carapuça não lhes fica bem, gostam de vesti-la. Assim de repente, from the top of my head, lembro-me para aí de duas pessoas, que talvez não sejam Charlie, o Papa Francisco e o Dalai Lama. Não me lembro de alguma vez qualquer um deles ter dito alguma coisa, que pudesse despertar o ódio ou ferir suscetibilidades e se alguma vez o fizeram, deve ter sido de uma modo tão suave e ternurento, que não são Charlies, não podem ser, não o merecem!!! Ah! E a minha mãe, que está ligeiramente acima de Deus, também não é Charlie. De resto, acho que somos mesmo quase todos. Por último, uma confissão, (espero não deixar de ser Charlie por causa disto), penso muitas vezes em matar pessoas a tiro e um jornalista em particular. Não com uma Kalashnikov. In my wildest dreams, era mesmo uma caçadeira de canos cerrados. Depois entraria destemida pelos estúdios da TSF adentro, chamava bem alto o nome do “condenado” e pumba! É que já ninguém aguenta mais as tuas musiquinhas da treta, João Ricardo Pateiro. A maioria das vezes não rima e quando rima é pior ainda – “Aí vai o Talisca e se o Talisca não arrisca, o Talisca não petisca… PUM!!!” – digo eu, imaginando que lhe espeto um balázio com a minha futura caçadeira de canos cerrados. Era um descanso para todos os que gostam de ouvir futebol. Foi a única lição que aprendi com este ataque ao Charlie Hebdo, que não posso levar o futebol tão a sério e devo passar a ouvir os relatos na Renascença ou na Antena 1, é o melhor.