domingo, 9 de fevereiro de 2014

Os Felizes Anónimos.

“The tragedy of this world is that no one is happy, whether stuck in a time of pain or of joy. The tragedy of this world is that everyone is alone. For a life in the past cannot be shared with the present. Each person who gets stuck in time gets stuck alone.”
Alan Lightman

Deixei de ser feliz, há mais de dois anos. Não porque esteja presa a algum momento de felicidade em particular, são muitos os momentos felizes, que me prendem. E também não é qualquer tragédia, que me impede de ser feliz, nem posso dizer que tenham sido muitas, ou sequer verdadeiras tragédias. Quanto à solidão, até acho que pode ter o seu quê de independência e liberdade, que não deve ser menosprezado, isto, claro, se estivermos em condições de ser livres e independentes.
A sensação de estar ou ser feliz é o que me angustia. Tenho para mim, que as verdadeiras tragédias, só acontecem às pessoas felizes. Aposto que aquela juventude no Meco, horas antes da tragédia acontecer, estava super feliz. A felicidade é assim, traz sempre desgraças e desastres com ela. É inimiga do bom-senso, da atenção, da lógica e do dever. Nunca vi pessoas felizes, pró-activas e sensatas.
Há até uma música, que eu conheço cantada pelo Rod Stuart, em que ele pergunta: "Have you ever seen the rain come down on a sunny day?". E é uma pergunta que faz todo o sentido, porque a chuva que cai nesses dias, não é igual à chuva que cai, quando o sol já acorda meio frouxo, logo pela manhã.
Não sou feliz há dois anos e 5 meses! Até à data, claro, que nisto da felicidade, uma pessoa nunca se pode dizer curada. Estupidamente feliz! Nem o sei ser de outra forma... É como andar bêbada, ou pior, que eu trabalhei dois meses feliz e duvido que o resultado fosse pior, se bêbada.
É uma luta todos os dias, para não ser feliz!