sexta-feira, 8 de março de 2024

 Alguém sabe dizer em alemão: 

"JÁ IAS ERA APANHAR BOLAS NA BUNDASLIGA, QUE É TAMBÉM ONDE PODES METER O PEDIDO DE DESCULPAS!"

segunda-feira, 4 de março de 2024

A Cultura Não É Para Rir, Estúpidos!

Quem é que liga a televisão à procura de cultura? Com tanto cinema, teatro, museu e bibliotecas, com montes e montes de livros, qual é a alminha com fome de cultura e no seu perfeito juízo, que procura na televisão o seu alimento?
   
Pergunto isto, porque no outro dia partilharam comigo um artigo dum senhor doutor intelectual prestes a ter um chilique com o povo deste país, (mais os jovens), que são uns pacóvios e ignorantes, que não ligam nenhuma à Cultura e só querem saber de telenovelas e reality shows.
Na verdade, o alvo da angústia e tristeza do senhor doutor intelectual era sobretudo o Big Brother e o 1 milhão de bimbos que vê o programa. Tudo por culpa de dois anormais, que tiveram uma conversa surrealmente estúpida, envolvendo dinossauros, o big-bang e o Holocausto, e por causa disto, o fim da Democracia (e quiçá do Mundo), certamente estaria perto. 
Deus me livre de vir para aqui defender os palermas do Big Brother, mas o registo catastrófico de todo o artigo coloca-o na fronteira das "fake news" - tecnicamente não é fake news, mas é só tecnicamente - pois dá a entender que aqueles dois cromos, que ofenderam de forma vil, a memória dos dinossauros (e do Big Ben), são representativos da juventude do país, o que tenho sérias dúvidas que seja verdade.

No outro dia - foi a Gorda que me contou, ela é que vê, que eu não vejo essa merda - uma tonta lá na casa, que tinha de dar uma aula de dança do ventre em inglês e não sabia falar inglês, gritava histericamente para os colegas, numa voz cada vez mais agressiva: "Can you foque on me! Can you foque on me! Foca on me! FOCA ON ME! FOQUEM ON ME! FOQUEM ON ME!" 
E diz a Gorda que ela deve estar até agora a chorar no quarto, sem entender a falta de respeito dos colegas e o porquê de rirem à gargalhada durante toda a aula de dança do ventre.
Sim, há gente muito básica no Big Brother, mas isso ser o princípio do fim da Democracia, também não acredito. Se calhar até ajuda a salvá-la... enquanto os básicos estão lá dentro, não andam cá fora a fazer campanha pela direita. 

Não passa por estas cabeças eruditas da Cultura, que se as pessoas não ligam peva à dita, isso talvez diga mais sobre a qualidade da Cultura do que sobre a qualidade das pessoas? Esta mania de que para ser Cultura tem de aborrecer o público até à morte, não admira que o Big Brother tenha 1 milhão em audiências. 
E se acham que estou a ser muito mazinha, lembrem-se do dinheiro gasto com a "Branca de Neve" ou que o programa da RTP sobre cultura se chama "Horas Extraordinárias". Mesmo a avisar que a Cultura nacional é tipo o trabalho suplementar, mas ninguém te paga nada e ainda te fazem gastar dinheiro. Poupem-nos!

Nem tenho nada contra falar mal deste país, (às vezes um pouco chunga), em que vivemos, mas o Big Brother e as pessoas que o veem não me parece um bom motivo. Já a Cultura... se calhar podia tentar aprender alguma coisa sobre como cativar a atenção destes rústicos que, no fundo, no fundo, são a razão da sua existência.

Ainda assim, muito agradeço ao Dr. Luís Osório, por resumir tão bem o que mais me molesta na Cultura e nos intelectuais. É que não podem ver uma boa pandega, galhofa ou pagode, sem estragarem logo tudo com aquela má onda do "não se aprende nada". 
Até o tom fatalista de "Valha-me Deus! É só saloios à minha volta e isto pega-se!" 
Deixem lá os jovens (e não só) divertirem-se, senhores! Não sejam tão caretas. E se for só pela televisão não se pega. 

Ou então pega-se mesmo e vamos todos ler livros para as catacumbas?! Essa foi outra que não percebi muito bem, nas catacumbas não é muito escuro? Tinha ideia que não dá para ler livros por lá. Se calhar é melhor levar velas também. E fósforos. E um chocolatinho sabe sempre bem... não vá o fim da Democracia (e quiçá do Mundo) demorar muito tempo.