segunda-feira, 24 de outubro de 2016

O PAPEL DE UMA VIDA!

Quando eu era miúda tínhamos quatro cassetes no carro, para ouvir durante as viagens. Naquele tempo as viagens de carro duravam muito tempo. Uma viagem para o Algarve, por exemplo, era coisa para demorar um dia inteiro. Aliás, foi durante uma dessas intermináveis viagens para o Algarve, que a minha cassete laranja e preta dos ABBA desapareceu. Era a minha favorita. Depois havia uma dos Beatles, outra dos Beach Boys, das quais gostava igualmente, e o raio do Bob! Não era nada fã do Bob Dylan em criança. Achava aquilo tudo igual e a gaita não ajudava. Ninguém que queira ser levado a sério toca gaita, pensava eu. Gaitas e pandeiretas é logo um mau princípio. Apetecia-me agarrar na cassete e atirar com ela pela janela fora, que foi o que deve ter acontecido, com a minha cassete dos ABBA. Mas com o passar dos anos passei de achar que o Bob Dylan era muito mau, para achar que era muito bom, sem deixar que ainda assim é um bocado mau. Tipo os Depeche Mode no início dos nos 80, que são muito bons e muito maus tudo ao mesmo tempo.  
Não entendo é que possa ser polémico, o Bob Dylan ser o mais recente prémio nobel da literatura. Qual é o vosso problema?! É a música que estraga? Se for por causa da música, entendo. Poemas tão bonitos, histórias muito bem contadas e a estragar, aquela voz de cana rachada e uma gaita a acompanhar. Parece fazer pouco da literatura, não é? Mas não deixa de ser literatura por causa disso. Às vezes tenho dúvidas é que seja música, até porque já o vi ao vivo. E por isso também não entendo a polémica. Sabem quantos grammys ganhou o Bob Dylan? Ganhou 14 grammys. Inclusive em 1980, em 1998 e em 2007, Bob Dylan ganhou, nada mais, nada menos, do que o grammy da melhor performance vocal do rock. Como é que acham que o Leonard Cohen se terá sentido nessa altura? 
Já o nobel da literatura não devia chocar ninguém. Os discos podiam ter uma etiqueta a dizer isso mesmo: “Isto não é bem música, é mais literatura”, e as pessoas já sabiam ao que iam, antes de ouvirem Bob Dylan. O Just Like Tom Thumb’s Blues é quase um argumento de um filme, enfiado numa canção. Mete uma cidade perigosa, degredo, putas, polícias que não querem saber, um amor de merda e um final com regresso a casa. Olha não é escritor…

Por tudo isto e para algo completamente diferente, o óscar de melhor actor, no próximo ano, devia ser entregue ao Alec Baldwin, pelas participações nos sketches do SNL, a imitar o Donald Trump. Da primeira vez que vi cheguei a pensar que tivessem convencido o próprio Donald Trump, a fazer dele mesmo, o que também teria sido hilariante, aposto. É muito bom! Estou tão viciada naquilo, que até já sei as falas de cor. 

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Chutar para canto?!

Ora bem, a ver se a gente se entende… Quando o tosco do Presidente, depois de um passe magistral do Costa, chuta a bola para a bancada, o que nós temos a seguir é um pontapé de baliza!

Para haver pontapé de canto, seria necessário que o tosco do Presidente acertasse num dos pinos da oposição, antes de a bola sair pela linha de fundo... Ok?