quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

OS LIMITES DO HUMOR

Aposto que já tá tudo aí de resposta pronta na língua. Olha-me esta! Não há limites ao humor.
Durante muitos anos, também pensei assim, que não existiam quaisquer limites ao humor. Todas as piadas eram bem vindas, até as mais cruéis.

Deixei de pensar assim, quando Bush júnior foi eleito para Presidente dos Estados Unidos da América. Se teve graça? Teve muita graça. Ri muito à custa das idiotices do homem.
Já muitos países tiveram presidentes piores, certamente que sim. Mas justiça seja feita à América, o presidente mais burro de todos os tempos é deles. E foi uma galhofa, se foi!
Mas à medida que os anos passam, a piada vai tendo cada vez menos graça. É uma coisa que acontece com frequência, quando se brinca com coisas sérias. São piadas que não resistem ao tempo e que com a sua passagem, tendem a ficar mais amargas. Aposto, que no ano 2500, quando lerem sobre isto nos livros de história, não só não vai ter piada, como nem vão perceber que era uma piada. Vão apenas concluir, que os americanos eram uma cambada de idiotas, naquela altura.  

Não fazia ideia que o lóbi do humor pudesse ter tanto poder por aqueles lados. Só isso explica o fenómeno Trump. É muito divertido ter um mentecapto no poder. Eles fartam-se de rir lá na Coreia do Norte e nós também. Mas paga-se caro e os juros estão sempre a vencer. 

Não brinquem com coisas sérias! Vale para a América e vale também para os 152 mil palhaços, que saíram de casa num domingo, para votar Tino de Rans. Não tinham ficado melhor em casa, a ver o Portugal é festa!?
Ponham os olhos no Manuel João Vieira. Aí está um homem que sabe bem os limites do humor. E se algum dia decidir avançar, só por causa disto, pode contar com o meu voto. Sempre achei de génio aquela ideia de alcatifar Portugal. E pôr naperons em cima dos semáforos. Fora de brincadeiras, é mesmo este o caminho a seguir.   

QUEM É QUE NÃO VAI PAGAR ISTO?

As perguntas são sempre mais importantes que as respostas. Mas de todas as perguntas que se podem fazer: “Quem é que vai pagar isto?”, sem ofensa, é das perguntas mais idiotas.
Daí aquela afirmação do secretário de estado dos assuntos fiscais, que não conseguia inventar impostos pagos por marcianos. A única forma de anular uma pergunta idiota, é com uma resposta igualmente idiota. Chama-se a isso, se não me engano, a primeira lei da dinâmica da estupidez.

Eu por acaso também tenho uma pergunta, que há várias semanas não me sai da cabeça, onde é que estavam estes forretas todos, quando faliu o BPN? E quando faliu o BES? E quando faliu o BPP? E quando faliu… espera lá, o que é que foi mesmo, que aconteceu ao BANIF?!
Não deixa de ser curioso, que estas mesmas almas “caridosas”, nunca apareçam com as suas pertinentes perguntas, quando são os bancos a falir.

Nem vou dizer se sou a favor ou contra as medidas do orçamento, que prevêem menos horas de trabalho, mais feriados, o aumento do salário mínimo, etc. O que me interessa, é que com estas medidas, eu sei bem quem vai pagar – o contribuinte, como sempre – mas sei, sobretudo, quem vai receber. Conheço pessoalmente alguns deles, sei o trabalho que fazem, os impostos que pagam e nalguns casos, até o que eles bebem ao jantar.
Já quando são os bancos a falir, é fácil saber quem vai pagar – ora lá está, o contribuinte, como sempre – mas quem é que vai receber? E quem é que já recebeu? A resposta a estas perguntas é um enorme vazio e não me parece que haja alguém interessado em preenchê-lo. Nem mesmo os forretas.
E, infelizmente, eu também não posso ajudar. Não conheço ninguém que tenha recebido com o colapso do BPN, do BPP, do BES ou daquela coisa estranha que aconteceu ao BANIF.

É muito sinistra esta pergunta. Na minha opinião, se é para perguntar, mais vale perguntar, quem não vai pagar isto. Não é que seja uma pergunta muito difícil de responder. Basta ler a lista dos arguidos, que fizeram acordo com as finanças, na operação furacão e têm uma pequena amostra, sobre quem, certamente, não irá pagar nada disto.