sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

A Crime Story For Morons


Ainda gostava de saber, de quem partiu esta "brilhante" ideia, de que o melhor é fazer-se um segundo referendo ao Brexit. Foste tu, não foste, João-Cláudio? Como se um segundo referendo tivesse um resultado mais legítimo do que o primeiro. Afinal, o que pensa a Europa? Que os ingleses só votaram a favor do Brexit, porque queriam ver, se o David Cameron, com cara de parvo, ficava muito diferente do habitual?! Ou que, depois de meses e meses de bullying europeu, já devem ter convencido mariquinhas suficientes a mudar de ideias e a votar "Remain" desta vez?

Deve ser a segunda, porque agora a nova moda é espalhar o boato, que depois do Brexit, vai haver fome no Reino Unido. Com franqueza! Quanta treta num só argumento… É por estas coisas que fico mesmo a pensar, que a Europa ou acha que somos estúpidos ou tem é muito medo, que o Brexit seja um sucesso, a economia do Reino Unido comece aí a bombar e descobrimos todos que os eurocratas não servem para mais nada, que não seja estourar o nosso dinheiro e empecilhar as nossas vidas, será? Sei que estou a exagerar. Não sou assim tão pessimista… Mas os ingleses a passar fome? A sério?! Quanto muito vão ter de comer a comida de merda deles; e beber o vinho de merda deles; e comer a merda do queijo que eles fazem e aquelas batatas fritas com sabor a leite aziumado… Ugh! Que horror! Não lhes invejo a sorte, mas também nunca vi alguém morrer de fome por comer fish & chips todos os dias - been there, done that, still here!

Por isso deixo o meu conselho à Europa: não façam esse jogo de que o Reino Unido vai ser o novo Iémen, porque isso faz-vos parecer a nova Arábia Saudita. Não fica nada bem.



Percebi que este pedido para um segundo referendo ao Brexit, só podia ser uma farsa, quando vi o Joseph Muscat, primeiro-ministro de Malta, a servir de porta-voz da vontade dos líderes europeus, para que haja um segundo referendo ao Brexit. O que se passou nessas cabeças europeias?! Querem gozar com a Theresa May? Ou tentar branquear a imagem mais que suja do Sr. Joseph Muscat? É que a primeira ainda aceito que faça parte do jogo político da Europa. A segunda NÃO ACEITO!

E não foi um incidente isolado na Europa. Ainda há pouco tempo vi o primeiro-ministro maltês ser recebido aqui, na MINHA Lisboa, com sorrisos e abraços e o anfitrião era, nada mais nada menos, que o Partido Socialista Europeu. E mesmo depois de o seu discurso ter a voz de fundo da Ana Gomes - the one and only - a avisar: "Shame! Shame! Shame! You support corruption!" Não é que o escroque saiu do palco, para ser recebido com palmadinha nas costas, pelos primeiros-ministros português e espanhol. Que vergonha! Parecem todos iguais. Não dá para ver quem é sério e quem não é, quem presta e quem não presta. Confesso que até tinha uma pequena crush pelo primeiro-ministro espanhol e FOI-SE!    



Mas voltando ao segundo referendo do Brexit, lá está, se foi para fazer pouco da Theresa May é de génio escolher o Joseph Muscat para o papel. Um primeiro-ministro que se recusa a fazer um inquérito público, sobre o assassinato à bomba de uma jornalista, a pedir um segundo referendo à primeira-ministra inglesa… Tu és um pândegas, João-Cláudio! E sou pessoa de respeitar isso. Só o que não teve muita piada foram os 2 minutos em que o Joseph passou por homem de Estado, para tu poderes gozar com a cara da Theresa  May. É que o estado em que está o Estado desse escroque que fizeste passar por homem de Estado, está mesmo em péssimo estado. Os cidadãos europeus são capazes de começar a pensar, que a "Europa" está mais preocupada com as contas em dia do que com o Estado de Direito e a Liberdade de Imprensa. Fico com inveja dos ingleses e do Brexit quando vejo estas coisas. Depois vejo as broncas do Aron Banks e passa-me um bocado…



Tem sido assim de há uns tempos para cá: Sair ou não sair da Europa? Eis a questão! De um lado, uma união que só serve para juntar os mais fortes contra o elo mais fraco - os gregos, os portugueses e agora o Reino Unido - e do outro: as fake news, o desprezo pelos jornalistas e pela informação, dinheiro sujo, a Rússia… O que fazer?!



Na minha muito modesta opinião, a Europa só tem um caminho e é pôr em prática o que disse aquele senhor holandês, que se recusou a participar nas celebrações de Valetta Capital da Cultura, fazendo a seguinte afirmação: "This is not Russia!" E estou em crer que não foi por acaso que ele disse "Russia" e não disse "Azerbeijan" ou "China". É porque o assassinato da jornalista maltesa, Daphne Caruana Galizia, em Outubro do ano passado, é a Anna Politkovskaya all over again… Só que à bomba e na União Europeia.



Lembro-me bem da primeira vez que li sobre este caso e não queria crer. Em plena União Europeia, como é que isto é possível?! A seguir fui ler - só alguns - textos do seu blog "Running Commentary" e entendi. Era um génio. Não há nada sobre o que ela não escrevesse, mais parece as páginas amarelas da corrupção. Até a Isabel de Angola lá está, acompanhada de um mano e um par de advogados portugueses. Aliás, não há nada sobre que não escrevesse, não é bem assim, nunca escreveu nada sobre os três estarolas malteses acusados de lhe porem uma bomba no carro. O que leva a crer, que os que estão presos, não eram os que tinham a ganhar com o seu silêncio.  



Mas voltando à Rússia - salvo seja! - e ao por quê de esta história fazer lembrar o modus operandi soviético e não a Turquia ou a Coreia do Norte. Para começar, a bomba. Nos últimos anos já tinha havido outros atentados à bomba em Malta, mas a bomba que matou a jornalista Daphne Caruana Galizia, dizem, era diferente de todos os outros casos. Em primeiro lugar, era feita de TNT, o que não acontecia nos restantes casos, em que o material usado era Semtex. E, em segundo lugar, a quantidade de explosivo utilizada era muito superior à necessária para fazer o "serviço". O que significa, que a bomba que colocaram no carro da jornalista maltesa, Daphne Caruana Galizia, não tinha apenas o propósito de a matar. Tinha também o propósito de passar uma mensagem de terror e medo.



(O mais engraçado é que no mesmo artigo em que li sobre isto das bombas, esclareciam também, que o TNT é uma substância facilmente encontrada nas dúzias de campos de fogo-de-artifício que existem na ilha e noutro ponto do texto, bem distante, por sinal - se calhar para ninguém fazer a mesma associação que vou fazer agora - que o primeiro-ministro de Malta é filho de uma espécie de magnata do fogo-de-artifício. Para quem gosta de teorias da conspiração, divirtam-se!)



Ora, um reles mafioso, apenas preocupado com o seu negócio do tráfico ou doutra coisa qualquer, não precisa de mandar mensagens ao resto do país. Precisa do serviço feito. Quanto menos estrondo melhor… E não é preciso ser nenhum Sherlock para saber quem tem interesse em mandar mensagens ao país. Sobretudo quando a jornalista em causa todos as semanas escreve textos absolutamente letais sobre os negócios escuros do Governo com a venda de passaportes e sobre os trafulhas que vão lavar dinheiro a Malta e ajudam a encher ainda mais os bolsos de ministros do Governo.


Já vos cheira a Rússia?

Era tal o "estrago" que esta senhora fazia em Malta, que à data do seu assassinato tinha, nada mais, nada menos, do que 47 processos judiciais. Grande parte deles movidos por membros do próprio governo. Os restantes por gente da banca e dos negócios com relações próximas ao governo maltês. Aliás, se aprendi uma coisa com esta história é que o valor de um jornalista não se mede pela quantidade de prémios que recebe - e Oh! Se tem recebido prémios… já lhes perdi a conta - mas pela quantidade de processos judiciais que consegue causar. Há um artigo da Sr.ª Caruana Galizia que causou tamanha azia a um trafulha do imobiliário, que ele conseguiu instaurar-lhe 19 processos de difamação só por causa de um texto. 19!!! Querem melhor prova de que estava a fazer um bom trabalho. Ainda assim, é muito deprimente, que em plena União Europeia, estes mafiosos não só não tenham medo dos Tribunais, como até os usem para perseguir quem os tenta desmascarar.

 



Em conclusão: se a Europa não é a Rússia, convinha que estas coisas não acontecessem na União Sovi… Europeia. E é este o meu problema com esta União Sovié… Europeia, não só não faz nada para evitar os casos de corrupção que grassam nos seus membros, minam toda a salubridade do sistema e matam os jornalistas que a investigam - em menos de um ano já foram três! - como quer-me parecer que a forma como esta União Soviét… Europeia funciona, acaba por potenciar estas situações, porque o crime não tem fronteiras dentro da Europa, mas a policia e os tribunais têm. Assim não dá!

E depois admiram-se dos fascistas que florescem por aqui. E patrocinados pelo Putin. O que une esta gente? Será o mesmo gosto por roupa bem fresca e lavada?! Diz que temos das melhores lavandarias do mundo aqui na Europa…   

domingo, 18 de novembro de 2018

(De Certeza) Uma Tourada Portuguesa

Bem, estamos há mais de uma semana a discutir se descemos ou não descemos o IVA das touradas. Vou-vos contar, que acho mesmo, que temos um talento especial para discutir até à exaustão assuntos de pouco ou nenhum interesse. Pena que isso não seja mais valorizado no Mundo… 

Mas já que não se consegue arranjar uma solução para este grave problema de descer ou não o IVA das touradas, como o de qualquer outro espetáculo cultural - e em vez de vos insultar a todos, por não terem nada de mais interessante sobre o que falar, que é a minha vontade - decidi dar também o meu contributo para a solução. E olhem que sou bem capaz de ter aqui uma ideia boa o suficiente para agradar a gregos e troianos, que é como quem diz, a marialvas do século XVIII e nervosinhos dos "direitos" dos animais. 

Então é assim: E se, em vez de espetar o touro e correr atrás dele com uma cortina vermelha, puséssemos, por exemplo, o touro a tocar a piano? Ou a declamar poesia? Ou melhor, a dançar ballet? Quem não ficaria tentado, com um espetáculo de um touro, trajando saia de tule e a fazer pliés? Eu ia… e nem precisava do desconto no IVA.

Gostaram? Espero que sim. Só não me comecem a gritar: "Querem acabar com as touradas! Fascismo!", que é muito ridículo. Pelo que me deu a entender, a bola também não vai ter desconto de 6% no IVA - como é que é possível?!? Mas já viram o meu Jonas Golo! a jogar à bola?! Se isto não é cultura então não sei o que será isso… - e também ninguém me viu sair à rua aos gritos e a rasgar as vestes, porque me querem acabar com a bola, não é? Até porque sei que isso era mesmo coisa capaz de gerar o pânico nas pessoas e deixar o país em estado de sítio. Não convém.
Acordar para a vida, minha gente!        

domingo, 15 de julho de 2018

WORLD CUP MMXVIII

Esta equipa da Croácia parece saída de uma banda-desenhada do Asterix. Com todo o respeito! Tou a torcer por eles. Como será que se diz Croácia em croata? Croacic?! Não deve ser… Era muito fácil falar croata se fosse, não é?

Já a equipa da França, além de um ataque cheio de estrelas, tem uma grande defesa. Não consigo deixar de pensar, que tinha dado jeito uma defesa assim, por exemplo, em 1941. Oh! Oh! Se tinha! Mas, pronto, o que lá vai, lá vai… Boa sorte! Ah?! Não se diz que dá azar? Ups!

sexta-feira, 29 de junho de 2018

FRONTALIDADE, CENSURA & POLITICAMENTE CORRECTO

Não, agora a sério, a ver se a gente se entende, que um dia ainda cometo uma loucura por causa disto.

Imaginem que estou a jantar com uma amiga de merda e que essa minha amiga de merda, mostrando a merdas que ela é, começa a fazer comentários racistas e xenófobos, só porque acha, que estando entre amigas, se pode dar ao luxo de ser uma cretina de merda. Imaginem também, que chamo à atenção da minha amiga de merda, por ela está a ser uma cretina de merda e que o jantar até já me está a cair mal, por causa das nojices que a minha amiga de merda, não para de vomitar pela boca fora. Isto, meus caros, não é ser politicamente correta. É, como se diz na minha terra, chamar os bóis pelos nomes deles, ou as vacas, se acharem mais apropriado, ok?
Aliás, se tivesse sido politicamente correta, aquela merdas ainda seria minha amiga e já não é.
Sim, era uma história baseada em factos reais :(

Outro exemplo? Quando um pseudo intelectual idiota, vem defender, por exemplo, que se retire a palavra "nigger" dos livros do Mark Twain, por esta ser ofensiva. Este pseudo intelectual idiota, não está a ser politicamente correto, meus caros, porque não há nada de correto nisto. Está sim a censurar, a negar, a branquear e a adulterar a visão do mundo, (ou neste caso da América), de um escritor. É simplesmente errado! E se não conseguem entender isto, vão ouvir o "Bitch, don't kill my vibe!" ou o "We're gonna be alright, nigger!" do Kendrick Lamar. Sei lá, pode ser que vos ajude…

Ser politicamente correta é quando digo à minha amiga Gorda, que ela fica super elegante de leggings. Ou que aquele vestido vermelho de lycra lhe fica a matar, quando, na verdade, se lhe puserem um saco de plástico na cabeça, não dá para perceber se a mulher está de frente, de lado ou de costas. Ou quando digo ao meu namorado que ele é o MAI LINDO DO MUNDO! Quando existe uma séria probabilidade de não ser ele, o homem mais lindo do mundo - mas olhem que chega ao top 50!
Isto, assumo, é ser politicamente correta. Mas, em minha defesa, tenho medo da Gorda! E vem algum mal ao mundo, por a Gorda usar o seu vestido vermelho favorito, quando vai à praia?! E morena? Até nem lhe fica assim tão mal...   Ou se calhar fica… Mas não é isso que importa! O que importa mesmo, é que os fascistas estão aí a bater à porta e aproveitam-se destas vossas confusões mentais, para semear o caos e agarrar o poder. O meu pedido? Se não conseguem ajudar, ao menos não atrapalhem!

E se ainda estão a pensar na Gorda e acham que devia ser sincera e dizer-lhe que ela parece um trambolho com qualquer roupa que meta lycra, porque um dia é outra pessoa a dizer e se calhar a Gorda preferia saber isso por mim ao invés de por terceiros… Ouçam! Se alguém for dizer à Gorda, o que não tenho coragem de dizer, não vão ser os sentimentos da Gorda que se vão magoar… Depois não digam que não avisei.    

quarta-feira, 9 de maio de 2018

DAPHNE AND JAN FOR ALL!


Quando era miúda e jogava voleibol, a treinadora da nossa equipa informou-nos, num final de um dos treinos das iniciadas, que a partir dali, o nosso grito de guerra ia passar a ser: "Uma por todas e todas por uma". Imaginem! Devia ter aí uns 13 anos e mal cheguei ao balneário desabafei com as minhas colegas de equipa: "Eu não vou gritar aquela merda de cada vez que marcarmos um ponto. Tenho amigos, uma vida social, não vou ser vítima de bullying na escola, porque a gaja esteve a ver os três mosqueteiros no fim de semana e teve uma epifania ou o cara***!"

As minhas colegas de equipa concordaram comigo e a Tita, que era a capitã, foi falar com a treinadora e disse que nós eramos gajas fixes na nossa escola e não íamos passar vergonhas a gritar aquilo. O nosso já velhinho: "CD PÓVOA IÉEI!", era esse o nosso grito de guerra e não víamos nenhuma necessidade de mudar, muito menos para aquela pirosada. Fora de Questão!

Mas a nossa treinadora era uma fascista e não quis saber, ou gritávamos: "uma por todas e todas por uma", ou gritávamos: "todas por uma e uma por todas". Eram as duas alternativas e não havia outra. Que merda! Acabamos por escolher a primeira... E verdade seja dita, fosse por causa disso, (ou não), passamos de ser uma equipa mediana, que perdia metade dos jogos, a uma das equipas mais temidas do país, com quatro jogadoras nos centros de formação nacional.

Lembrei-me disto a propósito do assassinato do jornalista Ján Kuciak e da namorada, Martina, um casal apaixonado, que foi assassinado a tiro dentro de casa. A casa onde tinham começado a viver juntos, apenas umas semanas antes. Ora, a morte trágica do Jan e da namorada pôs a Eslováquia em peso nas ruas, com cartazes e gritos de guerra que diziam, nada mais, nada menos, que: "ALL FOR JAN!"

E foram precisos mais de 20 anos e a morte de um jornalista, para entender a força destas palavras. Em menos de uma semana demitiu-se o ministro da cultura, depois  o ministro do interior, a seguir o primeiro-ministro, seguido do outro ministro do interior e, por último, o comissário da polícia eslovaca. Mesmo assim, em dominó, uns a seguir aos outros. Porque, quando as pessoas saem em massa às ruas a gritar: "All for Jan!" Os governantes percebem logo que só há uma de três alternativas: ou se põem do lado da justiça e movem todos os meios ao seu alcance, para descobrir e punir os responsáveis pelo crime; ou se põem a andar e vão morrer longe; ou arriscam-se a ser insultados e levar na tromba da próxima vez que saírem à rua. É isto que quer dizer: "All for Jan!"  

Já no caso da jornalista maltesa, Daphne Caruana Galizia, assassinada com uma bomba no carro, em Outubro do ano passado, apenas três meses antes do eslovaco Ján Kuciak, todos os mafiosos que permitiram, (não se sabendo até se ordenaram...), e que festejaram à descarada o seu assassinato, continuam sentados no mesmo poleiro, como se nada de grave tivesse acontecido. Tudo isto em plena União Europeia, sem que se ouça um pio dos papagaios do costume, sempre tão ávidos a falar mal dos gregos e dos portugueses, que gastam demasiado dinheiro e o défice e a conta que os ingleses terão de pagar se quiserem sair e blá blá blá... 

Não é preciso ser um génio para entender que o Ján Kuciak era "um por todos" na Eslováquia. Com apenas 27 anos e basicamente sozinho desvendou um esquema escabroso, que envolvia o primeiro-ministro eslovaco e a sua assessora mais próxima, que por sua vez namorava um mafioso italiano, que por sua vez andava a ganhar milhões à custa de burlar a União Europeia, nos subsídios que esta atribui para a agricultura. Tudo alegadamente, ao que parece... e também, ainda ninguém foi preso pelo assassinato do jovem casal.

Mas a jornalista maltesa Daphne Caruana Galizia não lhe ficava atrás, bem pelo contrário e sem desprimor para o Jan, nem sabia que existiam jornalistas como ela na vida real. Só tinha visto disto em filmes. Jogava sozinha contra "onze" e marcava-lhes cabazadas de golos todas as semanas. Chega até a ser difícil perceber quem teria interesse em mandar matá-la, pois cada semana que passa é uma nova história que vem à tona e mais um potencial escroque que ficaria a ganhar com o seu silêncio. Às vezes chego a pensar se não organizaram uma vaquinha entre eles...

Há um post no seu blogue, que se resume a um email, que ela enviou ao primeiro-ministro maltês, o "Senhor" Joseph Muscat, a dizer que o apanhou a conspirar contra ela e mais grave, que este utilizava um email alternativo (joseph@josephmuscat.com), bem sabendo que não podia usar outro email que não fosse o oficial, josephmuscat@gov.mt. Só por isto: por andar a conspirar com o presidente de uma empresa estrangeira, a ruína financeira de uma jornalista, cujo o único erro foi fazer muito bem o seu trabalho, o Sr. Joseph Muscat devia ser votado ao degredo por qualquer pessoa de bem. Mas não foi... E embora haja algumas "I'm Daphne" e "Je Suis Daphne" por aí, são uma clara minoria em Malta. Lá não existiu, nem pegou, o "All For Daphne!" E nota-se bem a diferença, porque os escroques continuam todos felizes e contentes no poder...

Não podemos permitir, enquanto cidadãos, que os nossos pontas de lança na luta contra a corrupção e pela descoberta da verdade sejam assassinados. E não é preciso ser vidente para saber quando um jornalista corre perigo de vida. No caso da Daphne Caruana Galizia, nem cinco meses depois daquele famoso email ao primeiro-ministro e depois de a terem tentado calar com mais de 60 processos em Tribunal - o que não conseguiram - foi assassinada com uma bomba no carro, poucos metros à porta de casa.

Garantir a imunidade aos jornalistas é uma ideia. Para quando uma dessas empresas tubarão ameaçar um jornalista com processos civis de milhões, saber, que em primeiro lugar, terão de conseguir o levantamento da imunidade do jornalista junto de um Tribunal, o que só seria possível, se de facto se verificasse a existência de indícios, que aquele jornalista violou gravemente todos os seus deveres deontológicos. Até se provar a existência de um crime, não há processos de indemnização contra jornalistas. Caso contrário, torna-se praticamente impossível ganhar esta luta de Golias/David, pois é pedir demais a jornais e jornalistas, que assumam estes riscos e suportem custas judiciais astronómicas, simplesmente por fazerem - e nalguns casos muito bem! - o seu trabalho.

Quanto a impedir que matem jornalistas para os calar, já não me parece que seja problema que se resolva com mais legislação. Com melhor trabalho da polícia? No caso maltês, sem dúvida! Mas o melhor antídoto para isto continua a ser, o carimbo de verdade que a morte concede à sua vítima. Depois das mortes da Daphne e do Jan - em plena União Europeia!!! - não há desculpa para que as autoridades não investiguem até ao tutano, todas as histórias que foram investigadas por eles. Se não se conseguir trazer à justiça os mandantes da sua morte, que ao menos sejam punidos todos estes políticos trafulhas, pois já não há margem para dúvidas de que cometeram os crimes denunciados e relatados pelos jornalistas Daphne Caruana Galizia e  Jan Kuciak. 

A vocês os dois, o meu MUITO OBRIGADO!

Agora outra vez, a ver se pega:

DAPHNE FOR ALL! ALL FOR DAPHNE!!!

Ah! É verdade. Feliz Dia da Europa a todos! Se conseguirem... 

terça-feira, 8 de maio de 2018

Ainda Se Fosse Mesmo Amor...

Ou uma paixão louca, assolapada, daquelas que fazem perder a cabeça a um homem... Sou uma romântica e era bem capaz de acreditar. Agora amigos?! Não dá para crer, desculpem lá. Bem sei que as pessoas estão muito chocadas com as imagens do interrogatório a passar na televisão e se calhar têm toda a razão... mas a minha indignação, (e sobretudo estupefação), esgota-se toda, quando ouço aquelas desculpas esfarrapadas do Sócrates e do seu "amigo" Carlos Santos Silva. É que arriscam-se a ganhar o título de piores arguidos de sempre, se forem avante com essa história para o Tribunal.

A única forma de esta estratégia colar, era o C.S.S. confessar de uma vez ao procurador, que aquilo entre o Sócrates e ele era mesmo, mesmo, amor. Amor verdadeiro. Amor do bom!

"Olhe, Senhor Procurador, se quer que lhe diga, todo esse dinheiro foi é muito pouco! Porque as coisas que aquele homem me faz na cama são impagáveis! Ao fim do dia, se quer saber, senhor procurador, quem lhe deve dinheiro, sou eu a ele. Não tem preço!" - diria o C.S.S. sobre o Sócrates ao procurador - "E a casa em Paris ia ser o nosso ninho de amor e daí ser o meu querido José que a estava a decorar, com todo o seu imenso bom gosto, de quem só sabe viver acima das suas possibilidades. E aquilo que o meu José está sempre a dizer que gosta muito, obviamente, é do corpo quente e suado deste badocha que ele adora..."  

Se fosse esta a explicação para tanto "empréstimo", o meu coração era capaz de balançar e, quem sabe, conseguiria presumir a inocência do ex-primeiro ministro, senhor (fake) engenheiro José Sócrates. E sem querer dar ideias, um vídeo viral do Sócrates a fazer xixi em cima do C.S.S. ou vice-versa. Até acredito que o procurador não quisesse saber mais nada sobre o assunto e arquivasse o processo logo ali. Mas amigos...

E aquela arrogância a responder: "Mas o que é que eu tenho a ver com os negócios do meu primo com o Salgado". Assim como se o primo fosse o meu primo ou o primo do procurador e não o já tão famoso primo do ex primeiro-ministro José Sócrates... Ainda estão a pensar no segredo de justiça? Força nisso!

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Entrar A Pés Juntos Em 2018

Sabem aquela história de entrar com o pé direito no ano novo? Muito démodé! Né? Por isso decidi, (uma invenção minha), entrar a pé juntos em 2018. Ainda estava ele distraído, a despedir-se de 2017 e fui a correr, em carrinho, fazendo-lhe uma entrada por trás a pé juntos. Quem viu, diz que até fiz lembrar o Paulo Madeira, nos velhos tempos, quando se passava dos carretos. Lindo! Épico!!! Devo ter lesionado 2018, que quando finalmente se levantou, ainda ia a mancar... Por isso acho que 2018 vai ser um ano coxo. O que é que isso quer dizer? Não faço ideia... Mas, como dizia um grande amigo, infelizmente, já falecido - uma morte lenta e dolorosa. Que horror! Não desejo a ninguém... - dizia ele, esse grande amigo infelizmente já falecido, que: "Os cretinos estão sempre em alta!" Por isso, "amigos", nada a temer! Há-de ser um grande ano para vossemecês.
Quanto ao resto de nós, logo vos conto como correu, mas depois do tratamento que lhe espetei logo à entrada, não me parece que 2018 traga grande ameaça. A ver vamos...