Eu votei no Bloco de Esquerda.
Não sou de
partilhar o meu voto, mas desta vez tinha mesmo de ser, porque, se soubesse o
que sei hoje… votava Bloco à mesma.
A democracia costuma dar dores de cabeça,
mas por cá tem dado umas enxaquecas do pior. Algumas pessoas não conseguem ver
a realidade à frente dos olhos, tal a zoeira que vai naquelas cabeças.
O governo que ganhou as eleições foi chumbado no parlamento por 123 deputados de
entre os 230 eleitos. Ainda assim devia governar, como de facto governou, durante escassas, mas intensas semanas. Até deu para vender a TAP!
A mim preocupa-me muito o nervosismo dos mercados,
o pânico das bolsas e o stress da economia em geral. Tudo porque as pessoas (essas chatas!) foram votar e escolheram uma maioria de esquerda no Parlamento.
Pois é, por muito que gritem (e se gritam), que a coligação ganhou as eleições, as
pessoas votam para a formação do Parlamento e não para a do Governo. Se o
partido que ganhou as eleições, não consegue apoio no Parlamento, o órgão de
soberania que merece respeito é o Parlamento e não o Governo. Caso contrário,
aí sim, isto era Angola ou a Venezuela ou a Madeira nos tempos do Alberto João,
esse grande social-democrata. Sobretudo democrata, era muito.
Uma questão que me tem “atormentado” por
estes dias é: de que lado terá votado o deputado do PAN?
Eu adoro a natureza e ainda mais os animais. Em casa tenho um gato e várias plantas. O motivo da minha preocupação é que, quando lhes pergunto, sobre as ideias que têm para o país, nenhum me responde. Da minha experiência, os animais e a
natureza não querem saber da política e do Parlamento.
Já os mercados, como podemos ver, não
andam nada bem e ainda lhes dá (mais) uma sulipampa, por causa do resultado das
eleições. Se calhar os mercados é que deviam ter um partido a defender os seus
interesses no Parlamento e não os animais e a natureza.
Estou a pensar adoptar um mercado bolsista
no Natal. Parecem-me mais empáticos que os gatos e as plantas.