segunda-feira, 9 de julho de 2012

Quando eu andava na faculdade corria o mito, de um poema escrito por Fernando Pessoa, sobre as pedras que ele encontrava no caminho e do bonito castelo que afinal construiria com elas. Digo mito, porque anos mais tarde li um email muito indignado de alguém que parecia perceber do assunto, a dizer que o poema não era do génio mas de um leigo qualquer. Enfim, para o que eu quero também não interessa e até acho que ficam ambos a perder, o poema e Fernando Pessoa.
O que quero com isto dizer-vos, é que também eu tenho encontrado algumas pedras no meu caminho. Com as primeiras construí uma muralha, (bem bonita e grandalhona), à minha volta, mas as segundas, meus amigos, cuidado, que eu vou começar a atirá-las de volta...

domingo, 8 de julho de 2012

ÉPOCA FESTIVALEIRA 2010

SUPER BOCK SUPER ROCK 2010:
Cut Copy é daquelas que eu baralho muito com Hot Chip, mas parece-me ligeiramente melhor. Deram-nos as boas vindas, ainda de mochila às costas e tenda por montar. Pop/Rock animado e dançante. Daquele a que ninguém resiste a bater o pezinho.
Keane é muito lamechas? Talvez seja, mas eu gosto muito. Uma pop romântica, às vezes ligeiramente dramática, ali a passar a mão no pêlo a Cold Play.
 Pet Shop Boys, tenho de dizer, que já vi concertos de música pimba melhores. Já vi. Mesmo! Dois gajos em cima do palco e uma music box. Mais rudimentar era impossível. Valeu-lhes o público, que sabia os hits todos de cor e deu uma ajuda.
Hot Chip, ora lá está, não é tão bom quanto Cut Copy e tocaram depois, mas foi giro.
Julian Casablancas foi um concerto muito piquinino! O raio do concerto teve aí umas 8 músicas. Três delas dos Strokes, (yeah!!!).
Leftfield, que dizer... foi quase tão bom como Pet Shop Boys…
Ainda no primeiro dia: Vampire Weekend, que abriram as hostes da noite e o que eu gosto deles. Pode-se dizer que misturam o pop rock animado do bom com a música do mundo, (os intelectuais adoram!).
Grizzly Bear? Gzzz! Bah! Podiam ser islandeses, que eu não gostava menos deles por causa disso. Empire of the Sun, como dizer, a música é muito boa, mas eles são mauzitos, ou melhor, bimbos. É mais essa a palavra. Homenagens ao sol em cima do palco, umas vestes à Cleópatra, enfim... 
Prince, que eu andei 3 km para o ver. Sou sincera, quando andei 3 km, o que eu queria mesmo ver era The National, mas não cheguei a tempo. Assim, andei 3 km a pé para ver Prince e valeu a pena! Muito single bonito do príncipe da Pop. Só não cantou o "sacana" sexy, mas das outras cantou todas.

ALIVE 2010
Pearl Jam foi uma declaração de amor do Eddie ao país. Ele está apaixonado e até tivemos direito a serenata. E because what? Because: "We are the best singing croud in the  world"! Isso e as ondas que se apanham por cá. Pareceu-me mais isso.
Não sou grande fã do grunge, mas Pearl Jam e Faith No More são grandes bandas e isso vê-se em palco, independentemente do estilo musical. Entregam-se ao público e dão sempre um grande espectáculo.
Gossip foi uma banda demasiado grande, para uma tenda demasiado pequena. Já não era hora de lhes darem o palco principal?! Senti-me uma mirone a ver o concerto.
LCD Soundsystem, ou o concerto foi muito pequeno, ou eu demorei demasiado tempo a comer. Só (ou)vi duas músicas, mas que gosto muito. Uma delas o: “everybody keeps on talking about it, nobody is getting it done”, que é uma espécie de versão do: “a little less conversation, a little more action”. São daquelas músicas que se deviam trazer na carteira, porque te dão mesmo vontade de fazer alguma coisa. Ou mandar alguém fazer alguma coisa.
Daquelas curiosidades tipo New Young Pony Club ou Florence and the Machine, achei giro, mas não prestei muita atenção.
Para acabar, os Gogol Bordello. São muito bons e para quem se quer divertir é do melhor. Pena que actuem no último dia, uma pessoa tá mais murchita. Já não tenho 20 anos :( 

Quanto aos concertos de apenas duas horas neste 2010 destaco:
Vi muita coisa boa este ano e em três dias seguidos. Parece incrível, mas é verdade: 10, 11 e 12 de Novembro. 
Vampire Weekend, no Campo Pequeno. O melhor que eu posso dizer sobre eles é que são os únicos de entre a música do mundo, que gosto. Músicas muito animadas e letras que contam histórias, enroladas numa língua que se entende. Como se ouvíssemos uma banda de aborígenes da Nova Zelândia, mas que se vestem à betos e cantam em inglês.
The Drums, no LUX. Felizmente, desta vez não apareceu ninguém a meio do concerto para dizer: "Se continuam a fazer barulho, vamos ter de acabar o espectáculo". Juro que eu ouvi isto uma vez no Lux, durante um concerto de Baby Shambles, que interromperam. Desta vez não e olhem que o Sr. Drums bem se abana em cima do palco. Para falar verdade, nem é bem abanar, é uma coisa bem melhor que ele faz a dançar. Parece um barco em alto-mar e passa para as pessoas. Eu própria, quando dei conta, já me abanava assim e é muito relaxante. Uma espécie de rock surfista, tipo pop rock, em ritmo de reggae, mas sem carregar na parte do reggae. Gosto muito deles e desejo-lhes longa vida. Têm um som característico, pois ouvimos The Drums e sabemos logo que só pode ser The Drums. E todos os defeitos disso mesmo, pois as músicas parecem ser sempre a mesma música, (para mim nunca foi grande defeito).
Interpol, também no Campo Pequeno. Descobri que só gosto de uma música daquele que à data era o último álbum, mas gosto muito de muitas outras músicas, de todos os outros álbuns. Não são uma banda muito simpática, nem podiam. É uma música que puxa ao drama, às vezes até à tragédia e isso não é compatível com a simpatia.
James para acabar o ano em beleza, também no Campo Pequeno. Comecei logo a chorar no início, com o Tim a descer a escadaria a cantar: "Oh sit down, oh sit sown, sit down next to me" à capela e depois consegue manter sempre o mesmo nível de emoção e entusiasmo, até à última música do concerto. Nunca desiludem! Só não digo que são melhor ao vivo do que em casa, porque eu gosto muito de os ouvir em casa.

NÃO DEVIAS DIZER ESSAS COISAS BOB

Há uma versão foleira de uma música do Bob que corre por aí e presumo chamar-se "don't worry be happy", que resume o pior da mensagem do Bob, que no original cantava: "don't worry about a thing, cause every little thing is gonna be alright", (e verdade seja dita, tinha mais aquele sentido de compaixão e não de desleixo e "tou-me a cagar", que esta nova versão pirosa lhe dá, mas enfim, já lá vamos...).
Penso sobre o assunto e de fato a afirmação não podia ser mais idiota ou infeliz, porque se de verdade não te preocupares com nada, é muito pouco provável que as coisas te corram bem e se as coisas não te correm bem e tu és feliz à mesma, só podes ser parvo! Eu pelo menos funciono assim, preocupo-me com as coisas, (e fico angustiada, irritada, ansiosa, mal-humorada até!), e se no final as coisas correm bem, eu olho para trás e sou feliz!!!
Quero eu dizer, que se te não preocupas, ainda que as coisas te corram bem, como podes ser feliz? Podes ser apático, alienado, tontinho, mas acredita que não és feliz!

sábado, 9 de junho de 2012

E ANTES DE FALAR DA PRÓXIMA ÉPOCA FESTIVALEIRA QUE TAL UM RESUMO DE 2009.

DE LEMBRAR QUE NESTE VERÃO DE 2009, OS FESTIVAIS, (O PAÍS E O MUNDO), FORAM ASSOMBRADOS PELO ESPECTRO DA GRIPE A E COM TANTO ESPANHOL À SOLTA, TEMI O PIOR…

ALIVE 2009

O dia do metal é o mais concorrido em todos os festivais. Admiro os fãs do metal por isso, são fãs a sério, que gostam de concertos e estão lá, mais do que para ouvir, para apoiar e demonstrar o amor que sentem pelas bandas do seu coração. METÁLICA vale sempre a pena! É de longe a banda do metal que faz menos barulho. Há ali sempre uma melodia, ainda que ténue. SLIPKNOT, por exemplo, já é demais para mim. 10 minutos são um sacrifício, puxo pelos meus sentidos e não sou sensível àquilo, não adianta, (ou então sou demasiado sensível concedo).
Vi KLAKSONS, uma espécie de electrónica com rock a abrir, sem dúvida a melhor banda do palco superbock! Não que a concorrência fosse grande, mas ainda que fosse, chegavam para eles! E TV NA RÁDIO, o som não prestava, pela segunda vez, (a primeira naquele superbock que foi o melhor de sempre…), começo a achar que o problema é da banda!!.
Por outro lado, os fãs de PLACEBO são uma miséria! Provavelmente é a única banda de jeito de que gostam, mas ficam em casa. Ao vivo não se vê fãs de PLACEBO, só malta a curtir o concerto, gente como eu, que até gosto muito de PLACEBO, mas também faço número em BLASTED MECHANISM. Sem dúvida o dia mais apagado do festival, não nos concertos, mas no calor humano, cheio de pessoas que batem palmas e sorriem muito, (gente simpática atenção), mas não cantam.
THE KOOKS, que são uns ingleses vivaços, tocaram e animaram o fim da tarde. Rock pop animado, do bom e com sotaque inglês, (o meu preferido). E PRODIGY! Não é um concerto, é uma viagem de regresso à adolescência e às festas. Tenho momentos de pura histeria com PRODIGY, sobretudo no início de algumas das músicas, até tenho medo de ter um ataque!
Ao fim da tarde, CHRIS CORNELL, conheço mal e gostei muito. Aliás, pouco antes do concerto, comentei com um amigo meu: «Nós já não vimos uma vez este gajo num super bock assim ao lusco fusco?». Não me lembro muito desse concerto, mas tenho guardado no meu coração, o céu laranja de fim de tarde e o rockeiro lindo e sentimental em cima do palco. «Não», disse o meu amigo, «isso era audio slave», pois para mim audio slave e soundgarden é uma gaffe comum… mas gosto muito, não sei se de audio slave, se de soundgarden, provavelmente das duas... Mas adiante…
DAVE MATHEWS é um bocadinho jazz a mais pó meu gosto bimbo, mas reconheço que as demonstrações de guitarra e na bateria são fenomenais e se o Alive fosse um concurso, DAVE MATHEWS ganhava certamente … mas em não sendo, os momentos em que ele realmente cantava é que foram realmente muito bons!
Perdi THE TING THINGS e FISCHERSPOONER. No Alive há escolhas a fazer e estas foram as minhas.



SUPER BOCK SUPER ROCK PARTE II 2009


KILLERS gosto muito do 1º álbum e mais ainda do segundo, só podia ser um grande concerto, (tudo o resto foi absolutamente deprimente neste festival e quem lá esteve sabe do que falo)!


PAREDES DE COURA 2009


Vi grandes bandas este ano! Muita repetição, mas coisa que vale a pena pá!
FRANZ FERDINAND, NINE INCH NAILS e THE HIVES, qual deles o melhor! FRANZ FERDINAND sem dúvida! Embora NINE INCH NAILS também tenha sido muito emotivo. THE HIVES eu gosto, é uma música enérgica, um bom espectáculo, mas aquele vocalista é no mínimo estranho… PEACHES fiquei chocada! Nunca me tinha acontecido tal num concerto, (e olhem que eu já vi Marlyn Manson e 50 Cent e coisas assim capazes de chocar uma pessoa…), nem sei se gostei ou não, mas foi marcante sem dúvida.
SUPERGRASS é uma grande banda de festival, não que a banda em si seja memorável, mas as músicas são apropriadas e têm aqueles hits que toda a gente sabe cantar. Bem bonito! E como em Paredes de Coura há sempre boas surpresas. Destaco JARVIS COCKER, o vocalista dos grandes Pulp, p’ra mim, que não cresci a tempo de os ver ao vivo, foi um belo prémio de consolação e o último álbum, para quem gosta de Pulp, é mais ou menos a mesma coisa.

JÁ DOS CONCERTOS COM APENAS DUAS HORAS NESTE 2009 DESTACO:
KAISER CHIEFS foi a puta da loucura, p’ra falar bom português. OASIS, fui sozinha a este concerto e isso é muito triste, de entre os amigos que curtiam OASIS na adolescência, apenas sobrei eu … Em compensação foi um bom concerto, digo mais, tendo em conta a fama dos manos Galagher, foi um sucesso! DEPECHE MODE, a idade não passou por eles. Acordei tarde para DEPECHE MODE, já andava na faculdade quando percebi porque faziam eles parte dos grandes e posso dizer sem assombro, que foi dos melhores concertos da minha vida, (e tenho dito!).
FRANZ FERDINAND, (no campo pequeno), PRODIGY, (pavilhão atlântico a rebentar pelas costuras e muito adolescente a fumar ganzas…) e last e um nadinha least, EDITORS!

Ah! E pelo meio, com a minha mãe, CAMANÉ.

domingo, 13 de maio de 2012

SAUDADES SAUDADES SAUDADES!!!


     Sinto falta da casa dos segredos! E do big brother, da quinta dos famosos, dos famosos na tropa, dos sem ser famosos fechados em casa só e mais nada… 
     A verdade é que deixei de ver novelas, desde que surgiram os reality shows. Se no início dos programas, os actores da novela parecem mais genuínos, ao fim de dois meses, aquela gente dos concursos já não tem a noção, (acreditem que eu vejo e não têm…), e a partir dali é ser humano puro e duro que temos, 24 horas por dia, como todos nós gostamos!
     Eu e um dos meus mais porreiros compinchas temos vários motes de conversa em comum, a trica política, os meandros do direito e até há bem pouco tempo atrás, a casa dos segredos, (nada como o desfrute do próximo, para cimentar uma boa amizade).
     Na penúltima casa dos segredos, (um dos que eu mais gostei!), como em todos os reality shows, houve um Zé Maria de nome António. O pastor dono de uma casa de alterne. Por assim dizer, de dia pastoreava as ovelhas e durante a noite alternava as senhoras.  A mim, o que mais me surpreende nestes programas, não é tanto os segredos, (que são de uma banalidade atroz em alguns casos e do pura e simplesmente deprimente noutros), é a falta de perspicácia dos concorrentes para adivinhar os segredos uns dos outros. Já o concurso ia nas últimas semanas e só faltava descobrirem o segredo do António, as palavras “casa” e “alterne” apareciam mais que nossa senhora em Maio e ainda assim, os seus coleguinhas achavam que, quanto muito, a mãe dele teria já trabalho num bar de alterne…   
     Outra personagem linda era a Andreia, a tia da casa, também outro segredo daqueles, aliás, tinha dois, mas ao fim de poucas semanas revelou logo que o grande amor da sua vida era um homem do futebol, de nome Jorge Nuno… O outro segredo da Andreia por sua vez, aquele que cá fora toda a gente sabia, (os leitores do correio da manhã vá), mas lá dentro todos tentavam infrutiferamente descobrir para ganhar uns trocos, é que a Andreia já foi acompanhante de luxo! Hãaaaa!!??!! Naquela casa já adivinharam uma data de segredos, mas o da Andreia… Qual será? Ela diz que já trabalhou num banco e num cabeleireiro e que o homem que melhor a tratou na vida foi o tal Jorge Nuno do futebol, mas também não diz muito sobre os outros homens da vida dela, o que deixa uma pessoa a pensar se isso diz mais do Sr. Jorge Nuno ou da falta de sorte da Andreia... O António, (o pastor do alterne), lá vai dizendo, “a Andreia mente muito”, mas nem um perto de adivinhar o difícil segredo de Andreia. 
     Uma das tontas da casa, entre os teens os e os twenties, daquelas que não sabe se quer ser cantora, actriz ou modelo e que se não tiver juizinho naquela cabeça, há de acabar em mulher de alterne, já teve um caso com um jogador da bola da selecção nacional. É este o segredo da moça. Tenho que confessar que eu também não percebo esta parte, porque se é segredo, a família dela sempre soube, a do jogador da bola também e o correio da manhã descobriu logo o segredo e tem sido uma peixeirada, porque dizem que a moça só quer fama! E ainda que fosse de facto segredo, que não era, que raio de segredo é este?! Quantas moças não terão segredo igual? Na minha equipa de voleibol, juvenis femininos do desportivo da Póvoa, (vice campeãs nacionais, perdemos contra o Espinho, VA***!!!), era uma mina de segredos então!! “Já lesionei o perónio a um jogador da selecção nacional, quando fazíamos amor, antes da ida dele para o mundial”, isto sim era um segredo, (digo para o meu amigo)!!! 

     E depois há aquela história fabulástica do homem cujo segredo era o pai ser o estripador de Lisboa e não só não deixam o homem entrar na casa, como ainda telefonam à polícia. Eu por mim telefonar à polícia acho bem, mas podiam deixar o homem entrar na casa à mesma e guardar o segredo não?! 
     Bom, só vos digo, saudades, saudades, saudades!... Para o próximo podiam por exemplo agarrar nos melhores e voltar a fechá-los numa casa durante 4 meses, ou uma só com Zé Marias, ir por aí, pelo interior e alentejos deste país e encher uma casa de doze Zés Marias! I’ll watch that!