segunda-feira, 22 de junho de 2015

Não tem mal easy Jet...

Leio nas notícias, esta semana, que a easy Jet confundiu Portugal/Porto com a Grécia/Kefalonia.  

É natural. O nome do Sócrates todos os dias nas notícias… Eu se fosse estrangeiro também me baralhava.
Assim é muito difícil convencer as pessoas, que Portugal não é a Grécia. Ou bem que o estrangeiro pensa, que nós somos a Grécia, ou bem que o estrangeiro pensa, que somos a nação mais erudita do mundo e passamos a vida a discutir o pensamento do grande filósofo grego nas notícias.

Esta semana também, Portugal, o nosso calmo e belo Portugal, foi premiado com um honroso 5º lugar, num campeonato qualquer da corrupção. Tenho de ser sincera, com um "ponta-de-lança" como o Sócrates e o meio-campo criativo que foi, aquele caso dos vistos gold, merecíamos melhor. 
Por acaso não reparei na classificação dos gregos – aposto que nos ganharam outra vez, esses falsos! 

Irrita-me profundamente a conversa, que Portugal não é a Grécia e de todos os que vão atrás e vestem esta camisola. Portugal ainda não é a Grécia, mas é uma questão de tempo.

Ou será que ao fim de oitocentos anos de gente insensata, incompetente e amoral – para ser simpática – a gerir as contas públicas, de repente, temos um governo de anjos salvadores preparados para o pior? 

Boa sorte para nós! 

sexta-feira, 19 de junho de 2015

OS HOMENS QUE NÃO COMPREENDEM AS MULHERES.

Pelas minhas contas, (e as do Google), existem no mundo cerca de 4 mil milhões de mulheres. O que quer dizer que a frase: “eu não compreendo as mulheres” é, provavelmente, uma das frases mais estúpidas que se pode dizer. Esta e aquela do “as mulheres gostam é dos gorditos”. Ou melhor "é dos carecas que elas gostam mais".
O Ricardo Quaresma despido na capa da revista Cristina? Piroso! Não gostamos. Homens altos e musculados? Nem pensar! As mulheres gostam é de gordalhufos. Gordalhufos e carecas.

Voltamos aos números. Existem 4 mil milhões de mulheres no mundo. Compreender essa entidade denominada “as mulheres”, implica conhecer individualmente 4 mil milhões de seres humanos, todas diferentes, cada uma com as suas pancas e manias e Deus seja louvado, se for possível chegar a alguma conclusão válida, que sirva de denominador comum a todas elas – dizer uma vagina não vale, até porque hoje em dia isso é muito discutível.

O que já é possível, difícil, mas possível, é conhecer uma mulher e compreendê-la. Só que para isso é preciso falar com ela e ouvir o que ela tem para dizer, que é uma coisa que os homens que não compreendem as mulheres não querem fazer, porque eles só querem falar de bola, carros e mamas e estes são de facto os únicos assuntos que eles compreendem.
Bola, bola, mamas, mamas, carros, carros, mamas, bola, bola, carros, mamas, mamas, bola, bola, bola, bola, bola - é o campeonato do mundo - mamas, bola, carros, carros, carros, carros - novo modelo da mercedes ou da audi ou da bmw - bola, bola, mamas, mamas, mamas, mamas, mamas, mamas, mamas, mamas, mamas - férias da bola e não há carros novos - videojogos - não há bola, nem carros, nem mamas.
Esta é a linguagem que falam, os homens que não compreendem as mulheres.

Convêm lembrar as pessoas que gostam destas generalizações e das 50 sombras de Grey e de bad boys e desse tipo de palermices, que vivemos num mundo, onde todos os dias aparecem notícias de mulheres maltratadas, às vezes pelos companheiros, às vezes por soldados da ONU, outras vezes vendidas em miúdas, como escravas sexuais, ao preço de maços de tabaco, etc.  
Talvez quando vivermos num mundo, onde estas coisas não aconteçam, ou pelo menos não aconteçam com esta frequência diária e amplitude mundial, eu consiga achar graça a estas idiotices do que as mulheres gostam é de… Até lá não acho. Acho de mau gosto e perverso.

Nunca conheci uma mulher que se tivesse apaixonado por um bad boy. Juro! Conheci muitas, isso sim, que perderam demasiado tempo com um bad boy, na esperança de voltarem a encontrar o cavalheiro, por quem se tinham apaixonado. E também nunca conheci um homem que conquistasse uma mulher a tratá-la mal. O que acontece é uma coisa diferente, depois de as conquistarem, eles gostam de as tratar aos pontapés.

Não sei o que é o Marco Paulo pensava sobre isto, quando escreveu: “uma louca na cama, uma lady na mesa”, e se alguma vez ele teve uma louca na cama, que se comportasse como uma lady na mesa.
Pela minha experiência, se ele é um bad boy na cama, vai ser um camionista na mesa. O que eles são na cama é o que eles são na mesa. Para as mulheres nunca houve o bad boy na cama e o xoninhas na mesa. Se ele é bad boy na cama, ele é bad boy na mesa e se ele é xoninhas à mesa, ele é xoninhas na cama e nunca foge muito disto. 
Portanto, o melhor, é que ele não seja assim tão bad boy na cama, nem tão xoninhas à mesa – até dava uma bela música para o Marco Paulo.

Agora me lembro, afinal até conheço uma fêmea, que gosta de bad boys. A minha Iolanda. O que ela gosta de um bad boy! Diz que dão muita luta e óptima carne picada. Temos bolonhesa para um ano cá em casa.   

A MÃO INVISÍVEL NÃO CHEGA!

Para mim ser um liberal na economia é o mesmo que ser um liberal nos direitos humanos. Não existe. Exagero? Quem é que põe o pão na mesa, a gasolina nos carros e a roupinha fresca depois do banho? É a filosofia? A homeopatia? Não. As últimas notícias dizem, continua a ser a economia. Por isso têm de haver regras fundamentais na economia.

Depois da novela do BES e do BPN vão continuar a insistir, que o problema é do estado social e dos reformados e dos trabalhadores, que têm de ganhar menos e trabalhar mais?
Todos aqueles dias de comissões no parlamento, não ensinou nada esta gente? Ou a ideia é repetir várias vezes que foi o estado social e a bolha da educação e da saúde, que nos levou à falência e esperar que um dia isso se torne verdade?!

Alguém se lembra do escândalo do HSBC de há poucos meses atrás e da famosa lista da fuga fisco? Acho que foi pela mesma altura, que andava tudo mais preocupado em saber o que bebia e o que comia, o ministro das finanças grego. Por exemplo, eu não sei se o ministro das finanças grego bebe vinhos caros ou não, nem quantos milhões devemos há Europa, mas sei que temos uma funcionária das finanças, portuguesa, que tinha 2,5 milhões de euros no HSBC. É a única coisa que eu sei, ou sabia, sobre esta senhora. Não sei se ela continua a trabalhar nas finanças, que vinho bebe ao jantar e se continua a ter 2,5 milhões de euros no HSBC, porque, pelos vistos, não interessa a ninguém.    

Também não sei se a resposta a tudo isto é um rendimento máximo, como diz o Marinho & Pinto, mas tem de existir algum travão eficaz contra a amplitude de salários que vemos dentro das empresas.
Hoje em dia, os patrões, chefes, administradores, CEOs, ou o que lhes queiram chamar, não se podem dar ao luxo de ter trabalhadores a ganhar um salário mínimo de 500 euros e um administrador não executivo, (que é um administrador, que não administra), a ganhar 5 mil euros à reunião. Não há produtividade de massa laboral que aguente isto. E enquanto tivermos administradores a ganharem consoante os lucros (fictícios), que (não) geram, não vai haver estado social que resista. A questão é, se alguma coisa digna resiste a isto?

Não se pode combater o desemprego com despedimentos mais fáceis. Nem com salários mínimos de 500 euros. Podem ser medidas muito eficazes. Claro que são. Se baixarem a treta do salário mínimo, para duas sandes de queijo por dia e um cobertor, eu própria estou disposta a dar emprego a duas pessoas. Ou pensando melhor não estou, porque isso é muito pouco digno.

Diminuir os custos do trabalho, baixando salários, sem se baixar ao mesmo tempo os custos da energia, da habitação, da saúde, etc. – tudo coisas que têm vindo paulatinamente a aumentar – é atirar pessoas para a pobreza e para a miséria. Na melhor das hipóteses, é atirar pessoas para viverem acima das suas possibilidades.

Resumindo:
Devíamos estar mais preocupados com os que vivem acima da sua produtividade e não com os que vivem acima das suas possibilidades. E acreditar que o mercado “em roda livre”, se organiza para dar o melhor ao mundo e às pessoas, é tão idiota como acreditar na bondade natural destas. Ou será mais idiota?...