Esta semana houve grande polémica com a
notícia que apareceu num jornal da nossa praça e que era mais ou menos isto: “Costa
chama cega e cigano para o Governo”.
Eu discordo de tanta polémica. Jornalismo
sem papas na língua merece sempre o meu aplauso. E neste caso sempre nos poupa
a trabalheira de decorar os nomes dos governantes. Podemos sempre dizer, a
negra, o cigano, o monhé, a cega e por aí adiante.
Só é pena que as papas só saiam da língua
do jornalismo, quando é para falar da negra, do cigano e da cega. Se é para ser
uma análise exaustiva do novo Governo, não podemos falar de uns e deixar outros
de fora.
Estive a dar uma vista de olhos neste
Governo e no mínimo, o título daquela notícia podia e devia ter sido: “Monhé chama cega, cigano, negra, uma velha, quatro carecas, cinco gordos e
nada mais, nada menos, do que seis caixas-de-óculos, para o Governo!”.
É ou não uma notícia que dá vontade de ler? E podem ir confirmar que é tudo verdade.
É ou não uma notícia que dá vontade de ler? E podem ir confirmar que é tudo verdade.
Para terminar e para o caso de estarem a
pensar que eu sou uma atrasada mental… claro que o problema não está nas palavras. Os
pretos, os ciganos, os cegos, os políticos são todas palavras legítimas, que
não merecem ser discriminadas.
O problema surge, quando, sabendo o nome
da pessoa em questão, ainda assim, escolhemos dizer o cego, o preto, o cigano,
etc., bem sabendo que o mérito ou defeito daquela pessoa em concreto, não é ser
preto, cigano ou cego, etc. Isto pode não ser xenofobia, nem racismo, se calhar
não é, mas é muito mau!