sexta-feira, 25 de abril de 2014

Não é a Prova dos Nove. É a Prova da Caixa!

Nunca fui uma fã de Louçã, bem pelo contrário, sempre me pareceu, que se olhássemos bem no fundo dos seus olhos, conseguiríamos ver Estaline, de peito feito, a dizer adeus... No entanto, há uma frase do senhor Louçã, que eu nunca consegui esquecer. O relato de uma experiência, que devia ser obrigatório levar a cabo, por todos os banqueiros do mundo e investidores em geral e que é a seguinte:
Se colocarmos numa caixa, uma nota de 10 euros, com outra de 20 euros, nem ao fim de 9 meses, elas vão gerar uma nota de 50 euros, (por muito apaixonadas que estejam)! Parece básico, mas para aquele tipo de gente não é... Estranho seria, que se usasse o dinheiro da economia para jogar no casino e mais tarde ele surgisse, para pagar a quem de facto trabalha, para que a economia gere dinheiro. Assim tipo "geração espontânea" de Aristóteles: de uma data de lixo e dejectos, eis que surge vida!
De um lado temos uns idiotas liberais, que acreditam em bolsas, acções, swaps, spreads, tudo burlas para que uma data de gente preguiçosa, que não sabe, nem gosta de trabalhar, saque de lá o seu. Por outro e cada vez mais, como reacção, creio, só se vê daquela esquerda pequenina, "a esquerdinha", que defende o retrocesso à troca directa e abomina o dinheiro, como se fosse ele o mal de todos os nossos pecados. Alguns, de caminho, até querem andar de tanga por aí, a viver da natureza e em harmonia com os animais... Enfim, eu por mim já estou por tudo, não sou uma produtora, mas gosto de pensar que sou uma prestadora de serviços competente e o trabalho não me assusta, aliás, já dizia o outro, se uma pessoa não trabalha, ou pasma, ou angustia, mas entre os índios e os cidadãos, eu sou pelos segundos e gosto da polis e de viver em sociedade e sobretudo gosto de boas pessoas, de pessoas honestas, que gostam de viver do seu trabalho e não à custa do trabalho dos outros.

domingo, 13 de abril de 2014

Mulheres de Armas!

Um artigo interessantíssimo, esta semana, na Spectator, (como não podia deixar de ser), pela Melanie McDonagh, uma jornalista inglesa, que escreve, como só as inglesas sabem escrever. Com humor, pertinente  e despudoradamente humilde. Escrito, não por alguém que julga, mas por alguém que duvida. E do que duvida a Melanie? Ela dúvida que as mulheres devam ter o direito de lutar na frente de batalha, juntamente e como os homens. E porquê? Porque acha que as mulheres foram feitas para dar vida e não para matar. E também, porque acha que as mulheres, tal como as crianças, têm de ser protegidas em tempo de guerra.
Oh meu Deus! Eis um argumento, que não há como combater, (e refiro-me ao último, porque o primeiro argumento da Melanie, qualquer vulgar leitor do correio da manhã sabe, que não é válido!), as mulheres e as crianças são o que de mais precioso há no Mundo! As crianças, porque são o futuro e a sobrevivência da espécie, e as mulheres, porque nem os homens, nem as crianças, duravam mais de uma semana sem elas!    
No entanto, será que as mulheres não devem estar na frente de batalha? Bem, eu acho que as mulheres devem estar na frente de batalha, tanto quanto eu acho, que as mulheres devem poder recolher e tratar do lixo municipal, ou seja, acho mal! Não gosto! Acho que, de facto, é trabalho para macho e não trabalho de mulheres e muito menos de crianças.
Por outro lado, há mulheres e Mulheres! E se há as que o querem e conseguem fazer, tanto na guerra, como no lixo, essas mulheres merecem todo o meu respeito e admiração. Além de que, ninguém pode negar, que seria muito injusto, se uma mulher fosse a melhor combatente da sua tropa, ser-lhe negada a linha da frente, com argumentos pequeninos e paternalistas, como o cavalheirismo ou a distracção dos homens, no campo de batalha. Ora, bem sei, que o género masculino é muito dado a estas coisas, mas um militar, se ele não consegue resistir ao impulso de proteger a colega, em vez de lutar contra o inimigo, se calhar é o macho, que não está preparado para a linha da frente. Melhor mandá-lo exercer funções na enfermaria, onde ele pode proteger e cuidar das colegas à vontade, sem o stress do inimigo.          

domingo, 6 de abril de 2014

Please don’t ask and Please don't tell!

Será que os homossexuais devem mesmo sair do armário?
Tenho ouvido isto recorrentemente, vindo de jornalistas, comentadores, políticos e sobre as mais variadas actividades: desde polícias, militares, os próprios políticos, jogadores da bola, etc. E lembro-me até de um político qualquer da cena internacional, (o ministro australiano do desporto?! seria?), dizer, sobre os jogadores de futebol do seu país: quem é gay e joga a bola, devia encher os pulmões de orgulho, convocar a "media" e dizer alto e bom som, para toda a gente ouvir: "Eu sou gay e jogo à bola!", porque, ao que parece, é muito importante que os homossexuais se assumam, sobretudo, se forem jogadores da bola, militares ou políticos.
Inclusivamente, li também, que o governo australiano vai permitir aos seus militares, desfilarem em paradas comemorativas de orgulho gay, lésbico e transsexual, com a farda do trabalho. Sim. Com a farda! Não sei se armados também?! Nada contra, mas será mesmo necessário permitir o deboche, para lutar contra o preconceito?
Atravessando o atlântico, faz-me lembrar a lei americana: "don't ask, don't tell", essa pérola da legislação internacional, que consistia, como o próprio nome advinha, em nada se poder dizer sobre o assunto. O colega não tem o direito de me perguntar se eu sou gay e mesmo que mo pergunte, eu não tenho o direito de lho responder, ou melhor, eu tenho o dever de não lho responder. É ou não é bonito? Digo mais, esta lei americana só peca - aliás, pecava, que ao parece foi abolida em mais um daqueles tsunamis do politicamente correcto - e pecava pelo âmbito subjectivo dela, pois só os militares eram obrigados a esta regra. E pelo objectivo, apenas os comportamentos homossexuais preocupavam.
Infelizmente, (ou felizmente, quem sou eu...), devia ser assim em todas as profissões e locais de trabalho e sobre todos os assuntos, que não os estritamente laborais. Porque é que uma pessoa, seja ele das forças armadas americanas, seja ele da repartição de finanças do Lumiar, há-de querer partilhar com os colegas de trabalho, a sua orientação sexual? O nome da pessoa a ligar em caso de emergência, ainda vá, mas mais do que isso, eu não vejo necessidade. A não ser que sejam amigos, mas aí, ora lá está, já não estamos a falar de trabalho.
Como diria Kramer, (nessa bíblia das relações humanas chamada Seinfeild), são dois mundos distintos, o trabalho não tem nada a ganhar com a família e a vida íntima de cada um. Deve ser um lugar de paz, onde a orientação sexual, o estado civil e os pormenores das relações com a mãe, a sogra, o marido ou a namorada, deviam ser tabu obrigatório e a sua violação, um crime tipificado e punido por lei!
Será que dantes, na América, um militar podia dizer que era virgem?!  Navegando assim o preconceito, a minha preocupava-me mais um militar virgem, que um gay... E é este o problema de discutir estes assuntos com os nossos compinchas de labuta, facilmente cais no ridículo, a discutir o que não interessa.
Já agora e novamente, deixo também este conselho de Kramer para os casais, quanto aos assuntos de trabalho, na vida familiar: não se traz trabalho para casa! Quantos casamentos não terão visto o seu fim antecipado, massacrados por essa pergunta assassina: "como foi o teu dia querido/a?".
Há coisas que não devem sair do armário e há outras, que não têm de lá entrar!