sexta-feira, 19 de junho de 2015

A MÃO INVISÍVEL NÃO CHEGA!

Para mim ser um liberal na economia é o mesmo que ser um liberal nos direitos humanos. Não existe. Exagero? Quem é que põe o pão na mesa, a gasolina nos carros e a roupinha fresca depois do banho? É a filosofia? A homeopatia? Não. As últimas notícias dizem, continua a ser a economia. Por isso têm de haver regras fundamentais na economia.

Depois da novela do BES e do BPN vão continuar a insistir, que o problema é do estado social e dos reformados e dos trabalhadores, que têm de ganhar menos e trabalhar mais?
Todos aqueles dias de comissões no parlamento, não ensinou nada esta gente? Ou a ideia é repetir várias vezes que foi o estado social e a bolha da educação e da saúde, que nos levou à falência e esperar que um dia isso se torne verdade?!

Alguém se lembra do escândalo do HSBC de há poucos meses atrás e da famosa lista da fuga fisco? Acho que foi pela mesma altura, que andava tudo mais preocupado em saber o que bebia e o que comia, o ministro das finanças grego. Por exemplo, eu não sei se o ministro das finanças grego bebe vinhos caros ou não, nem quantos milhões devemos há Europa, mas sei que temos uma funcionária das finanças, portuguesa, que tinha 2,5 milhões de euros no HSBC. É a única coisa que eu sei, ou sabia, sobre esta senhora. Não sei se ela continua a trabalhar nas finanças, que vinho bebe ao jantar e se continua a ter 2,5 milhões de euros no HSBC, porque, pelos vistos, não interessa a ninguém.    

Também não sei se a resposta a tudo isto é um rendimento máximo, como diz o Marinho & Pinto, mas tem de existir algum travão eficaz contra a amplitude de salários que vemos dentro das empresas.
Hoje em dia, os patrões, chefes, administradores, CEOs, ou o que lhes queiram chamar, não se podem dar ao luxo de ter trabalhadores a ganhar um salário mínimo de 500 euros e um administrador não executivo, (que é um administrador, que não administra), a ganhar 5 mil euros à reunião. Não há produtividade de massa laboral que aguente isto. E enquanto tivermos administradores a ganharem consoante os lucros (fictícios), que (não) geram, não vai haver estado social que resista. A questão é, se alguma coisa digna resiste a isto?

Não se pode combater o desemprego com despedimentos mais fáceis. Nem com salários mínimos de 500 euros. Podem ser medidas muito eficazes. Claro que são. Se baixarem a treta do salário mínimo, para duas sandes de queijo por dia e um cobertor, eu própria estou disposta a dar emprego a duas pessoas. Ou pensando melhor não estou, porque isso é muito pouco digno.

Diminuir os custos do trabalho, baixando salários, sem se baixar ao mesmo tempo os custos da energia, da habitação, da saúde, etc. – tudo coisas que têm vindo paulatinamente a aumentar – é atirar pessoas para a pobreza e para a miséria. Na melhor das hipóteses, é atirar pessoas para viverem acima das suas possibilidades.

Resumindo:
Devíamos estar mais preocupados com os que vivem acima da sua produtividade e não com os que vivem acima das suas possibilidades. E acreditar que o mercado “em roda livre”, se organiza para dar o melhor ao mundo e às pessoas, é tão idiota como acreditar na bondade natural destas. Ou será mais idiota?...

quarta-feira, 27 de maio de 2015

A teoria é muito bonita, mas se as premissas estão erradas…

Se não me engano, era a grande Alcina Lameiras quem dizia: "Não negue à partida, uma ciência que desconhece". 
Também acho mal! Nunca façam isso! Se querem negar ciências, primeiro conheçam-nas.

No entanto, que eu me lembre, a grande Alcina Lameiras nunca disse nada, sobre mandar bitaites, acerca de ciências que desconhecemos e ainda bem, que me estragava um dos hobbies favoritos, como o exercício a que vou passar, em seguida.   

John Nash morreu esta semana, num acidente de automóvel. Sabia muito pouco sobre John Nash. Vi o filme e, como o comum dos mortais, só depois de o senhor falecer, é que me fui tentar informar do seu contributo, para a economia e a matemática.
Não tenho boas notícias. 
Comecei por ler os obituários e as notícias da ocasião e não percebi nada da teoria dos jogos, nem do equilíbrio de Nash. 
Felizmente, o Sr. Nash, quando concebeu a teoria dos jogos – seja lá o que isso for – concebeu também um exemplo prático, para que pessoas como eu – económica e matematicamente “challenged” – a pudessem perceber. 
É aqui que chegam as más notícias, porque o exemplo prático do Sr. John Nash, não bate certo com a realidade – e, por um lado, ainda bem que o senhor faleceu, que em vida, eu não tinha coragem de lhe dizer estas coisas.

Chama-se ao exemplo prático da teoria dos jogos, o dilema do prisioneiro. E em que consiste o dilema do prisioneiro?
Bom, há várias versões na net, mas, infelizmente, todas com a mesma premissa errada, o que me leva a crer, que o problema seja do John e não da net.
Vamos lá a saber então, em que consiste, o dilema do prisioneiro. Ora, o dilema do prisioneiro, não tem nada que enganar, é o típico dilema do prisioneiro, mais comummente chamado, o dilema do detido para primeiro interrogatório judicial, muito em risco de acabar prisioneiro.

Então imaginem que vocês e mais um amigo vosso cometem um crime. Um roubo, um assassinato, espancam gratuitamente uma pessoa, no meio da rua, só porque sim, no final de uma noite copos. E depois de terem cometido o crime, (roubo, assassinato, espancamento…), combinam, vocês e o vosso amigo, que caso aquilo dê asneira e a moina venha bater à vossa porta, ficam os dois de bico calado, ou dizem, quanto muito, que passaram aquela tarde juntos, a dar de comer aos pombos, no Parque Eduardo VII.

Verifica-se o pior dos cenários, a moina vem bater à vossa porta, leva-vos para a esquadra e a cada um de vocês é feita, separadamente, a seguinte proposta: se confessarem antes do vosso amigo, o crime que cometeram, tu levas um ano, e o teu amigo leva com a pena máxima para o crime, 10 anos. Sendo que, ficas bem ciente, que se for o teu amigo a aceitar primeiro, a proposta, é ele beneficiar do 1 ano e levas tu com a tarifa máxima de 10 anos. 

Mas as premissas do John não se ficam por aqui. Há mais duas. Ambos os prisioneiros, vocês e o vosso amigo, sabem, que se confessarem os dois, ao mesmo tempo, levam com a pena de 10 anos repartida ao meio, 5 para cada um. Porquê? Porque confessaram, colaboraram com a justiça, pouparam uma data de tempo ao tribunal, levam uma atenuação de 5 anos cada um, mas, ainda assim, sempre são 5 anos de pildra, para cumprir.

A partir daqui, é que tudo descamba, no dilema do prisioneiro de John Nash. Diz o John, na sua quarta premissa, que se ambos os prisioneiros ficarem calados, é a situação mais vantajosa para ambos, porque assim, apanham só dois anos de choldra cada um. Como disse? Em que país? Nem na Coreia do Norte, ou se calhar, só na Coreia do Norte! Faz algum sentido?! Se confessarem os dois levam 5 anos cada um e se ficarem os dois calados levam dois anos?! Por alma de quem?!

Então se nenhum dos prisioneiros confessa, das duas uma, ou são absolvidos os dois. Ou são condenados os dois à pena máxima, porque se faz a prova do crime em tribunal e não tendo os prisioneiros colaborado, pumba, levam os dois com dez anos de prisão.
Eu estou totalmente de acordo com o drama do prisioneiro, é mesmo isso, naquelas primeiras três premissas, mas a último premissa está factualmente errada, em qualquer tempo e lugar do mundo. 
O ficar calado, toda a gente sabe, é o tudo ou nada. Ou sais a ganhar tudo ou sais a perder tudo, não há meio termo no silêncio.

Se calhar na economia e na matemática, eles têm lá outras regras, mas no crime é assim que nós funcionamos.

Moral da história: trair o teu amigo em primeiro lugar, nunca é mais vantajoso do que ficarem os dois calados.

NÃO ROUBA & NÃO FAZ!

Aqui no nosso país, muito bem à beira-mar plantado, o problema não é tanto, o "rouba e faz", mas sim, o "até prova em contrário não rouba e o que faz, é muito mau".
E é entre estas duas alternativas sérias e credíveis, que nos pedem para escolher, nas próximas eleições: "o rouba e faz" e o "aparentemente não rouba e dá cabo disto tudo!"
Eu, francamente, estaria disposta a votar num "não rouba e não faz". 
Fazíamos tipo a Bélgica, um Governo a serviços mínimos, durante 4 anos. Eu votaria nesse. Quem é que promete fazer menos, durante 4 anos?

Aliás, a única forma de convencermos as pessoas a votar e diminuir drasticamente a abstenção e a apatia, em relação à eleição dos políticos, é uma mudança radical, no nosso sistema eleitoral. 
Bem sei, meses antes das eleições, mexer no sistema eleitoral, é capaz de não ser boa ideia, a não ser que a ideia seja francamente genial, como é caso. Cá vai:

E se, em vez de votarmos no governo que queremos, votássemos, (tal qual Casa dos Segredos), no partido que temos a certeza que não queremos, nem no governo, nem no parlamento. Depois, os partidos menos votados de todos, seriam os chamados a formar governo e ficávamos todos a sentir-mo-nos muito melhor, com as nossas decisões, na cabine de voto.

Por mim falo, se for votar para expulsar, eu tenho voto, mas para governar, não tenho.

Ao fim destes 4 anos de governo de coligação e não fosse a prisão do ex primeiro-ministro, que sempre animou um bocado as hostes, eu diria que estávamos na mesma, se não estivéssemos piores, como de facto estamos. 

Melhor exemplo de todos? A ministra da justiça. Há pouco tempo disse numa entrevista, que era a favor da legalização das drogas leves. Disse mais, até. Deu a entender, que se fosse ela a mandar(?!), por esta hora já podíamos comprar ganzas nas farmácias. Infelizmente, não passou das ideias para o papel, como fez em tantas outras coisas, sem o mínimo de ponderação, assim parece.

Depois do novo código de processo de civil, das mexidas no mapa judiciário e da revolução no Citius, onde é que encaixa esta ideia da legalização das drogas leves?!
Eu sei bem onde ela encaixaria na perfeição. Era antes de tudo o mais. Antes de fazer um novo código de processo civil, a ministra podia ter fumado uma ganza, ou duas, ou três. E, em vez de mexer no CITIUS ou no mapa judiciário, fumava outra ganza, bebia uma ou duas cervejas e depois mexia no pipi dela, que também é bom, que eu já experimentei no meu e sei do que falo. 

E assim ficávamos todos, nós e a senhora ministra, a ganhar com as reformas da justiça. Na verdade era só uma.

Suecos & Eritreus.


Sempre que acontece uma tragédia, as reacções nas redes sociais dividem-se entre dois tipos de massas acéfalas, (idiotas): os que estão mais preocupados com os comentários racistas, xenófobos e anti-imigração, que possam surgir, na sequência das mortes no Mediterrâneo. E, do outro lado, os cínicos do costume. Os que acham, que quem não chora todos dias as mortes em África, pela fome, pela guerra, pelo ébola, etc., em chegado a estas situações, não pode dizer nada ou é considerado um hipócrita.
A verdade é que muito se pode fazer e nem tudo implica fechar fronteiras e destruir barcos e, nas alturas de pós tragédia, embora não resolva nada, acho que a indignação, ainda assim, é mais digna do que insultar o próximo, mesmo que ele seja europeu.

Por exemplo, quando é que a Europa vai proibir – e em alguns casos perseguir - esses ditadores africanos, sanguinários, de continuar a usá-la, como o seu centro comercial, social e cultural?
Se é para proibir a entrada de migrantes de certos países, proibimos todos de cá entrarem, a começar pelas “elites” criminosas, muitas das vezes recebidas de tapete vermelho, por estes lados.

A Suécia, só para dar um exemplo a seguir, além de ter a melhor ministra dos negócios estrangeiros do mundo, tem cerca de 13 mil imigrantes da Eritreia, que pediram asilo e vivem na Suécia. Este número tende a aumentar todos os dias, pois, atraídos pelos primeiros, muitos mais procuram asilo, no norte da Europa.
Só que a Suécia não se limitou a acolher estes refugiados no seu país. Ouviu todas as atrocidades que estes tinham para contar – prisões sem julgamento, homicídios, raptos, torturas, etc. – reuniu provas e criou legislação contra os governantes da Eritreia. Ou seja, se o presidente da Eritreia – um psicopata empossado – ou algum dos seus ministros – outra cambada de psicopatas empossados – põe o pé na Suécia, vai a julgamento por todas as atrocidades que cometeu no seu país de origem e arrisca-se a ficar de cana na Suécia, até ao fim dos seus dias. Assim como quem diz, psicopatas, connosco, NÃO!

E dizem os cínicos, que isso não resolve nada, porque se prendermos estes, logo a seguir aparecem outros piores. Tudo bem, mas, pelo menos, estes já não atrapalham e sempre sai mais barato do que fazer uma guerra.

Enfim, é o contributo da Suécia para receber “imigrantes ilegais” e até agora, foi o contributo mais válido que vi.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Soltem os prisioneiros!

A “novela Sócrates” vai continuar por mais três vezes.

Por um lado, ainda bem. Depois da procissão à cadeia, espera-se agora – eu ouvi falar nisso – uma vigília nocturna de apoio ao preso nº 44.

Que bem precisa, após esta última polémica com o primeiro-ministro. O homem não se contém. Ouve falar de trafulhas em cargos políticos e salta logo da cadeia a gritar: “Isso é comigo?! Miseráveis!” Ou me engano, ou são este tipo de respostas sem pergunta, que o vão tramar em julgamento.

Já Passos Coelho não tem razão, ao dizer que, “como uns e outros”, não enriqueceu, nem “retirou nenhum benefício”, à custa do Estado.
Pode não ter enriquecido à custa da política e se assim for, muito mérito para ele, que as tentações são grandes. Mas não pagar à segurança social, durante 5 anos, ou lá o que foi, segundo todas as perspectivas da matemática e da economia é, lamento dizer, enriquecer à custa do Estado.
Enriquecer pouco, muito pouco, se comparado com o que vemos por aí – e graças a Deus, que o Estado não aguenta todos a enriquecer aos milhares e milhões – mas ainda assim enriquecer, o que não faz dele muito menos trafulha, apenas mais palerma. 

Mas voltando ao nº 44, o problema maior, é ele não ser apenas o nº 44 de Évora.
Ao que parece, em Évora, o senhor engenheiro é o nº 44, o 45, é o gabinete do subdirector, é o que ele quiser. 
Se alguém tinha dúvidas sobre a possibilidade de fuga, do preso, político, mais famoso do país, quanto à perturbação do inquérito, não há dúvidas. Basta ver a forma como o senhor engenheiro perturba as televisões, os jornais e a própria cadeia de Évora, onde está instalado e temos uma ideia da perturbação que ele faria cá fora e que deve ter feito, enquanto primeiro-ministro.

O outro problema, é que até o mais leigo já percebeu, que a nossa polícia, não só prende para investigar, como deixa-os presos, por não quererem falar. Os que falam e colaboram vêm cá para fora. Os que não querem falar, ficam lá dentro, a meditar.
Parece-me uma interpretação um bocadinho extensiva da lei e da expressão medidas de coação.
 
A propósito, tenho lembrado as palavras de João Soares, à data da detenção: não se prende um ex-primeiro ministro, a não ser por crimes de sangue. E eu acrescento ainda, não se prende qualquer pessoa, a não ser por crimes de sangue e muito menos um ex-primeiro ministro, numa cadeia que ele mandou construir e com um subdirector, que lhe empresta o seu próprio gabinete.
Pelos crimes de que está acusado, o senhor engenheiro pode estar preso preventivamente – e ser presumivelmente inocente – até Março de 2018. Ora, se ao fim de uns meses, ele já tem o seu próprio gabinete e usa as botas, o édredon e o cachecol que bem lhe apetece, é mais um ano e temos ali um califado socrático a nascer.
     
Por isso, eu defendo, soltem os prisioneiros!   
Não digo soltar todos os prisioneiros, mas há criminosos – como o nº 44 de Évora - que não faz sentido afastar do convívio social e até pode ser perigoso manter na cadeia.
Falo dos meliantes dedicados ao crime económico. Sou contra metê-los na cadeia. Fechem-nos em casa, ponham-lhes pulseiras, brincos ou colares, mas a cadeia, acho mal.
Se a pessoa não é violenta, nem um perigo público, não faz sentido.
Os trafulhas não violentos podem ser pessoas agradáveis, amigas do seu amigo e o nosso sistema penal tem de lidar com esta gente, anulando e prevenindo os seus instintos ilícitos, sem privar os cidadãos do convívio com amigos, pais, maridos, filhos, que vão parar a cadeia por corrupção, fraude fiscal, burlas, corrupções… 

Mesmo depois de condenados, a minha sugestão é: em vez de os prender, porque não, incapacitá-los? Não digo fisicamente – cortar mãos, partir-lhes a coluna, apedrejá-los… - nada disso. Incapacitá-los, juridicamente falando.

Até porque, não tenhamos dúvidas, nos dias que correm, quem não sabe gerir dinheiro e reiteradamente é apanhado em negócios, que ou são suicídios financeiros ou golpes económicos, não tem de ir parar a cadeia, pois ele é, à sua própria maneira, um atrasado mental.
Deve ficar inibido de concorrer a cargos públicos ou com qualquer tipo de responsabilidade económica e ser-lhe nomeado um tutor, para gerir o seu dinheiro, unicamente adquirido a partir do seu trabalho, declarado e fiscalizado.

É uma ideia que deixo, nada mais. Eu até gosto da novela Sócrates…

Who let the dogs out!

Lisboa tem uma barbearia só para homens e que proíbe expressamente a entrada de mulheres.
Parece-vos bem? Eu acho que sim e espero que não parem por aí, sugerindo, desde já, casas de banho só para homens e também, urologistas só para homens.
Até podiam criar um gueto, dentro da cidade, só para estas coisas, onde seja proibida a entrada mulheres.  

O problema é que meia-dúzia de feministas lisboetas, não gostaram do conceito e invadiram aquela merda, peço desculpa, invadiram a tal da barbearia, e vandalizaram aquela merda, peço desculpa, e vandalizaram a barbearia.

Se a história mete violência, eu jogo pela cartilha Beatles, que reza mais ou menos assim: salvar o mundo é muito bonito, todos queremos salvar o mundo, mas se falas em partir coisas, não podes contar comigo e isto vale para feministas e machistas.
A não ser que se trate de partir coisas, em cabeças machistas, aí sou a favor!
 
Mas, voltando à barbearia da polémica, será que o que enfureceu as senhoras foi o facto de a barbearia ser interdita às próprias? Acho que não. Só que, quando um idiota acha engraçado, colocar à porta de um estabelecimento comercial, uma tabuleta a dizer: “Homens podem entrar, cães também, mas mulheres não”, não se pode espantar, se as "cabras" ficarem ofendidas. E quando as "cabras" ficam ofendidas… acontecem estas coisas.

Por isso, a todos os otários e sobretudo às otárias, que por estes dias acharam, que o importante era defender o direito dos homens, a terem um espaço interdito a mulheres, onde pudessem cortar a barba à vontade e com toda a dignidade, eu tenho-vos a dizer, que apontei os vossos nomes todos e, um dia, eu também hei de ter o meu próprio estabelecimento comercial - uma coffee shop, onde eu possa mostrar ao mundo, todo o meu talento a fazer ganzas. Infelizmente, por estes dias, o país não me deixa “crescer”… – e na porta de entrada vai ter um letreiro a dizer:
“Aqui podem entrar gatos, cães, mulheres e homens, só é proibida a entrada a suínos e suínas.” E depois vou lá pôr as vossas caras ou a das vossas mães. Qual é que tem mais graça? 

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

A MATRAFONA QUE FICA PARA TRÁS.

O Natal é quando o homem quiser e o Carnaval são três dias, mas também podia ser todos os dias, se o homem quisesse. Não sou de me mascarar a preceito - a preguiça não deixa, os amigos não puxam - mas vivo muito a época, interiormente.

Sou a favor do Carnaval todos os dias, quem não tem aquele momento, em que por causa das pessoas ou circunstâncias envolventes, o melhor é pôr a máscara e brincar ao Carnaval? Todos os dias comigo!

Mas o que eu mais gosto no Carnaval, é que traz atrás as "minhas" matrafonas.
O que eu gosto de matrafonas!
Imagino-me na selva carnavalesca de Torres Vedras, a observar as matrafonas passar por mim e esperar calmamente a matrafona que fica para trás. A matrafona que bebeu demais, a matrafona que partiu o salto, a matrafona que perdeu o brinco, a matrafona bailarina... Adoro matrafonas de tule! Ou então, a matrafona mais descarada, com a mini-saia mais curta e que estivesse mesmo a pedi-las, a que até ia gostar que eu lhe desse um valente apertão. A matrafona que diz que não, mas no fundo, no fundo, é sim.
Apanhá-la sozinha, longe da manada - as matrafonas andam sempre em manada - e arrastá-la para um beco escuro...
Viva o Carnaval!

Podemos? Devemos!

Tenho sonhado muito com a Grécia, nestas últimas semanas. Com a austeridade, com a saída da Grécia do euro, com o ministro das finanças grego a perguntar e se a Grécia sair? Quem é que vai a seguir? Portugal? 
Eu espero que sim, Varoufakis. As minhas malas para sair do euro estão prontas há 15 anos.


Mas a Grécia e Portugal saírem do euro é a parte boa do meu sonho. A parte má, quando tudo descamba, é se o euro de facto acabar. Voltamos todos às nossas moedas, cada um à sua, e fazemos o quê, com os retornados de Estrasburgo e Bruxelas?! Temos alguma coisa para eles fazerem cá?...


É melhor começar a pensar nisso, porque, ao que parece, os alemães estão fartos de pagar a nossa dívida e não só os alemães, os holandeses, os austríacos, os belgas, os luxemburgueses, os que estão ali bem no centro da Europa e beneficiam de todas as vantagens da livre circulação de pessoas, serviços e todo o tipo de bens, com todas as facilidades de uma só moeda única, estão fartos de pagar a dívida dos PIIGS. Curioso é que, apesar disso, não se vê pessoas a sair à rua em protesto contra a Europa e contra o euro, em cidades como Berlim, Viena, Bruxelas ou mesmo na aldeia do Luxemburgo.
A Europa paga a dívida dos PIIGS e os PIIGS, ingratos, fazem manifestações contra o euro.
Custa-me muito entender que os alemães, os austríacos, os belgas e os luxemburgueses, etc. andem a pagar a nossa dívida e sejam os nossos trabalhadores, pensionistas e utentes dos vários serviços públicos, a sofrer no bolso, o pagamento que eles andam a fazer da nossa dívida.       


Há quantos anos ouvimos o velho discurso, de que não é a votar sempre nos mesmos, que o país muda?! Ou melhor, cada povo tem o governo que merece!
Os gregos tiveram a ousadia de escolher o governo que mereciam, que diz coisas tão óbvias como: um país em insolvência, não pode pagar a totalidade da sua vida. 

Acontece todos os dias nos tribunais de comércio deste país. Empresas portuguesas entrarem em insolvência e não só os credores não recebem a totalidade da sua dívida, como, a mais das vezes, o que recebem é nada e ao fim de 20 anos.


Nós não temos, nunca tivemos e duvido que alguma vez venhamos a ter um mercado ou uma economia capaz de competir em pé de igualdade com os países mais desenvolvidos da Europa. Em primeiro lugar, porque estamos aqui entalados neste cantinho entre a Espanha e o Atlântico e o nosso mercado e economia podem ter potencial, mas não é na Europa.
Nunca tive nada contra a livre circulação de pessoas, bens e serviços, o meu problema é com a moeda, que destruiu e vai continuar a destruir a nossa pequena economia, aqui à beira mar plantada. 
Somos uma equipa da terceira divisão, a jogar na liga dos campeões. Com uns estádios muito bonitos, para mostrar à Europa, mas a mesma equipa de merda, que sempre tivemos. 


Os gregos já perceberam que o euro é uma bela autoestrada para o precipício e querem arrepiar caminho.
Neste momento, o que a Europa devia discutir, é, quanto é que vai pagar aos gregos, para eles saírem do euro, depois do euro lhes ter esfrangalhado a economia?

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Podem casar, mas não podem adoptar?!...

O casamento homossexual deprime-me. Não o casamento homossexual em si, sou completamente a favor do casamento homossexual. Aliás, mais do que ser a favor, acho que o país precisa disso, mais casamentos, mais famílias e se mais adopções, melhor ainda. Tendo em conta o desempenho do Estado, a proteger as suas crianças, o casamento gay só podia ser uma boa notícia.
Tenho há muito tempo a convicção, que a uma criança, para crescer física e mentalmente sã, ela precisa do carinho, da atenção e do cuidado dos adultos. Se uma tia, dois pais ou um irmão mais velho é absolutamente indiferente e apesar da minha parca experiência com petizes, posso afirmar com segurança, que os pais infelizes, frustrados e atormentados é que são um perigo e uma violação dos direitos da criança. O género, a idade e a orientação sexual são mariquices, e as preocupações com a figura maternal e com a figura paternal, Deus me perdoe, se isso não é coisa de gente fútil.
O que me deprime no casamento homossexual é a importância que lhe damos, a histeria com que ele se discutiu e, principalmente, a esquizofrenia com que o legislaram.
Primeiro mito? Não era nem nunca foi, uma questão de direitos fundamentais. Havia uma lacuna na lei, sim senhor, mas não uma descriminação. Os homossexuais podiam casar, muitos deles casavam, e quando casavam, queriam casar com uma pessoa de sexo diferente, (é o chamado tapar o sol com a peneira), e questão técnica arrumada.
Se não queriam casar com uma pessoa de sexo diferente, então não casavam e faziam-se à vida. Um gay juridicamente despachado, não encontrava impedimento legal, ou, pelo menos, não mais do que o comum dos mortais, ao seu direito de constituir família. Há tanto notário por aí a precisar de trabalhar, que qualquer pessoa garantia o que quisesse, ao terceiro que bem entendesse e fazia valê-lo em tribunal, nos hospitais e no paraíso até, se nisso estivesse empenhado.
Mas os homossexuais queriam que o Estado previsse e que legislasse e não queriam uma figura nova, queriam a analogia. Ora, tendo havido uma maioria de esquerda, no parlamento, a mim parece-me bem e acima de tudo, parece-me justo. Se me parece lógico ou coerente? Não, lamento mas não me parece, parece-me até uma coisa bastante parola… e que seja! O Tony Carreira também é e tem direito a existir como os outros.
Mas não bastasse a falta de assunto do casamento homossexual, estragam tudo com a adopção! Se dantes, o contrato de casamento não constituía uma afronta ou uma descriminação, com base na orientação sexual, com esta nova lei, que proíbe, especificamente, os casais homossexuais de adoptarem, não tenho dúvidas em afirmar que o é.
Terminando com o início, o que me deprime no casamento homossexual, é que não passamos nem metade do mesmo tempo a discutir a justiça, a educação, a reforma da função pública, ou a corrupção e mesmo passados quinze anos a discutir o assunto, fazem merda na altura de legislar. Assim não vamos longe!

Sabem o que é mais ofensivo, que a careta do profeta, na capa de um jornal?

Mulheres em topless, na página 3 de um jornal. Surpresa? Eu também fiquei, mas é o século XXI que temos. E se fosse um jornal qualquer, mas é do "The Sun", que estamos a falar...
Em tempos, o seu director questionou no twitter, se não seria mais bonito e correcto, as senhoras aparecerem vestidas, em vez de em topless. Eu acho que sim, mas se é para acabar com as polémicas no jornal, a página 3 devia ser a menor das suas preocupações. Vou mais longe, para contrabalançar as notícias de mau gosto, quando não calúnias, habituais desta publicação, deviam ter rabos de homens na página 4 e contos eróticos nas páginas 5 e 6. Assim sim! As pessoas ficavam logo avisadas da trampa que aí vinha, nas páginas seguintes.
Aliás, é por isso que aquela gente super sensata e liberal do estado islâmico, também não gosta das caricaturas de Maomé, não vão as pessoas ver o profeta como um objecto.
A propósito deste debate do "Eu sou Charlie", "Tu não és Charlie", " A tua mãe é que é Charlie", "O meu Charlie é maior que o teu", tenho uma confissão a fazer. Cá vai:
Eu tenho uma rottweiler fechada na minha cave. Bem sei, animais perigosos não são de fiar, mas a minha Iolanda é especial. Por várias vezes pensei desfazer-me dela - olha, desfazer-me, quem é que eu quero enganar? Pensei mesmo matá-la, ou mandá-la matar - mas não consigo. São muitos anos juntas e embora ela não me respeite e tenha todos os defeitos de uma rottweiler que não respeita a dona, (agressiva, possessiva, intolerante, preconceituosa…), é muito leal. Mas não tenho mão nela, não tenho mesmo. No início ainda tentei: "Mas quem é que manda, Iolanda?". E até tomar a decisão de a fechar definitivamente na cave, mandava ela. Por isso, a minha Iolanda está sempre fechada na cave e não sai à rua para passear.
Nem me lembro de quando a trouxe para casa. Certamente foi aquela velha história. Eu ia a passear na rua, ela seguiu-me até casa, com olhos de carneirinho mal morto e eu trouxe-a, na esperança de dominar a fera. Qual quê? Depois pensei passá-la a outra pessoa, mas ninguém quer uma rottweiler em casa. Abandoná-la?! Seria impensável. A minha Iolanda é arraçada de doberman. Ataca o pescoço, não larga e é quase sempre fatal... para os homens. Sim, a minha Iolanda odeia homens e também anda descalça e não usa soutien.
Mas, se a minha Iolanda detesta os humanos do sexo masculino, eu, pessoalmente, não suporto putas! E de que falamos, quando falamos de putas? Quero dizer, de que falo eu, quando falo de putas? A maioria das pessoas pensa, que me refiro a mulheres, que vendem sexo a homens, que só pagando, conseguem tê-lo. Não, nunca me refiro a profissionais do sexo como putas. Falo de putas, putas mesmo!
Falo daquelas cinco mulheres, que vencendo o frio, a euforia das compras de natal e o tédio de merda das suas vidas - certamente - escolhem passar horas em manifesto contra o concurso da miss Universo, decorrido em Londres, no passado mês de Dezembro. Ou das frustradas, que tiveram a ideia de fazer um abaixo-assinado, para acabar com a página 3 do The Sun - aposto que são as mesmas cinco do concurso Miss Universo.
Dizem que são feministas, mas, numa Londres, em que na mesma semana se soube, que as mulheres ganham muito menos que os homens, estas putas sentem-se oprimidas, por um concurso que elege a mulher mais bela do Mundo. Até porque toda a gente sabe, que há 50 anos atrás, antes de existirem os concursos de beleza e mamas no The Sun, as mulheres dominavam o mundo.
Faz algum sentido, feministas, atacarem concursos de beleza e mulheres que se despem de sua livre e espontânea vontade, a troco de dinheiro e da atenção dos homens? Para falar direito, qual é o bem jurídico que esta gente quer proteger? A dignidade das mulheres que se despem ou a vontade dos homens que as querem ver? E será que também fazem manifestações no concurso Mister Universo? Ou é só a "mulher-objecto", que tira o sono a esta gente?... Não entendo.
São as mulheres bonitas, que vão salvar o mundo. Se elas unirem esforços, para nos defender e projectar a todas, vamos dominar o mundo! Ah! Ah! Ah! Ah! - Porra! Lá se soltou a minha Iolanda outra vez!
Agora a sério, se há coisa em que as mulheres dão lições, é em matéria de beleza. É a grande arma das mulheres, porque se os homens sabem apreciar a beleza, não fazem a menor ideia de como criá-la e é aí que nós entramos. Seja a fazer os enfeites de Natal, seja a desfilar de biquíni, seja a escrever um romance. Se mete beleza, chamem uma mulher! Se chamarem um homem, o mais provável é acabarem com uma ordinarice ou uma idiotice qualquer mal amanhada.  

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

À Guerra, o que é da Guerra!

Estou a pensar seriamente em abandonar as redes sociais. As pessoas estão cada vez mais esquizofrénicas e basta acontecer uma tragédia, para isso vir ao de cima. A última foi o ataque hediondo feito à revista Charlie Hebdo. Primeiro apareceram os que "são Charlie". Seguiram-se os que diziam "serem Charlie", mas que eram só eles que eram, apontando ferozmente o dedo a quem não era Charlie. E, cereja no topo do bolo da acefalia, acordo esta manhã e já há pessoas que se assumem orgulhosamente como: "não sendo Charlies". Sendo que, ainda ontem abriam as goelas, a dizer que eram do mais Charlie que havia... Neste caso do Charlie Hebdo, verdade seja dita, somos mesmo quase todos Charlie, por muito que isso irrite e desagrade alguns heróis do politicamente incorreto. Porque não é preciso gostar de humor negro, para condenar sem hesitação ou reticências, o massacre feito aos jornalistas do Charlie Hebdo. Tal como também não é preciso ser pobre, iliterato e andar de chanatas, para se ser de esquerda - embora ajude bastante, admito. A Ana Gomes quase foi insultada, por ter dito que as políticas de austeridade fomentavam o terrorismo. Uma afirmação, que não é preciso ser um génio, para entender o alcance. O terrorismo desenvolve-se melhor, onde as pessoas vivem pior. Uma Miss Universo não teria resumido tão bem! É como dizer que o frio aumenta o número de casos de constipações, quando está em causa um surto de Ébola. No entanto, não deixa de ser uma afirmação verdadeira e nem a Ana Gomes deve deixar de ser Charlie por causa disto. As políticas de austeridade e cortes cegos provocam sempre um aumento da criminalidade, e também um aumento dos casos de mortes por doenças, frio, má nutrição, etc. – de La Palisse, onde quer que estejas, um grande bem-haja para ti! Outra vítima da esquizofrenia da net, Gustavo Santos, um guru da vida em geral e comediante de sucesso, (embora involuntário), nas horas vagas, deve estar para ser chacinado, a qualquer momento, por ter dito, que as pessoas que fazem humor negro ou piadas de gosto muito duvidoso, põem a sua vida em risco. É bem verdade, caro Gustavo! Quantas vezes já senti isso na pele. Se isto não é de Charlie... É muito difícil fazer humor sem ofender as pessoas, não por causa do humor em si, mas pelas pessoas à nossa volta, que mesmo quando a carapuça não lhes fica bem, gostam de vesti-la. Assim de repente, from the top of my head, lembro-me para aí de duas pessoas, que talvez não sejam Charlie, o Papa Francisco e o Dalai Lama. Não me lembro de alguma vez qualquer um deles ter dito alguma coisa, que pudesse despertar o ódio ou ferir suscetibilidades e se alguma vez o fizeram, deve ter sido de uma modo tão suave e ternurento, que não são Charlies, não podem ser, não o merecem!!! Ah! E a minha mãe, que está ligeiramente acima de Deus, também não é Charlie. De resto, acho que somos mesmo quase todos. Por último, uma confissão, (espero não deixar de ser Charlie por causa disto), penso muitas vezes em matar pessoas a tiro e um jornalista em particular. Não com uma Kalashnikov. In my wildest dreams, era mesmo uma caçadeira de canos cerrados. Depois entraria destemida pelos estúdios da TSF adentro, chamava bem alto o nome do “condenado” e pumba! É que já ninguém aguenta mais as tuas musiquinhas da treta, João Ricardo Pateiro. A maioria das vezes não rima e quando rima é pior ainda – “Aí vai o Talisca e se o Talisca não arrisca, o Talisca não petisca… PUM!!!” – digo eu, imaginando que lhe espeto um balázio com a minha futura caçadeira de canos cerrados. Era um descanso para todos os que gostam de ouvir futebol. Foi a única lição que aprendi com este ataque ao Charlie Hebdo, que não posso levar o futebol tão a sério e devo passar a ouvir os relatos na Renascença ou na Antena 1, é o melhor.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Diz que vai ser uma defesa enérgica, musculada e feroz!

José Sócrates detido. Houve gente chocada, gente consternada, gente surpreendida e até o Santana Lopes ficou triste e acabrunhado, (LOL!). Mas das reacções à prisão do senhor engenheiro, a que mais me surpreende é a das pessoas que acharam isto uma surpresa. A sério?! Tiveram mais de 5 anos para se prepararem! Não há necessidade... Valha-nos a atitude de António Costa, o único envergonhado.
Foi muito estrondo! Casas no Marquês, estudos principescos em Paris, férias no Pine Cliffs Resort, fatos Armani comprados na loja mais cara de Los Angeles. Estava-se mesmo a ver que a seguir... uma estadia na Carregueira.
Não percebo todo este drama?! O camarada Vara também vai lá parar, daqui a uns tempos e pode fazer-lhe companhia, sendo que o jogging é um desporto fácil de praticar na cadeia - olha se fosse surf?!
Por isso o Pedro passa férias na Manta Rota, que ele sabia ao que vinha. E eu também sei, que passei muitos anos férias na Manta Rota e posso assegurar, que é só gente séria a passar férias ali. Os trafulhas vão todos para Monte Gordo.
Nada me diverte  mais, que ver trafulhas detidos, a chafurdar na lama, caídos em desgraça, etc. Quero dizer com isto que? Sim. Festejei alegremente a detenção deste fim-de-semana!
Só que ao fim de 3 anos de governo PSD e depois de estragarem a saúde, a educação e a justiça, será que pôr trafulhas na cadeia, compensa tudo isto? Tenho muitas dúvidas.

Tem-se falado muito do processo Casa Pia, que também começou com um governo social democrata. Nada contra! Uma janela para o mundo, o processo Casa Pia. Todos pedófilos! Só pecou, certamente, pelos que ficaram de fora. Uma pessoa lê o acórdão do processo e chega à conclusão, que andava tudo a comer criancinhas desfavorecidas nos anos 80, porque neste país, os poderosos, enquanto são poderosos, podem fazer tudo o que querem.
Para quem acha que não aprendemos nada com o processo Casa Pia, recomendo vivamente, uma parte do acórdão, em que a sôtora juíza relatora do mesmo, intrigada com o pouco à vontade dos funcionários da Casa Pia, a prestar o seu depoimento, interpela directamente um deles e transcreve uma conversa que é mais ou menos assim: "Ouça lá, mas o senhor foi ameaçado, tem algum problema em falar ao Tribunal? - e até descansa o senhor dizendo: "Olhe que o senhor está aqui como testemunha, nada de mal lhe pode acontecer, por dizer a verdade".
Ora, sentindo-se à vontade, o senhor disse a verdade. E a verdade é que tanto aquele senhor, como muitos outros funcionários da Casa Pia, se sentiam pouco à vontade a testemunhar no julgamento, porque nunca pensaram que fosse um caso de polícia, gente rica e poderosa, levar crianças institucionalizadas e entregues à guarda do estado, para festas e orgias. Para a maioria desta gente fazia parte do "contrato social".
A imensidão de pessoas que, não participando ou defendendo a pouca vergonha que se passava na Casa Pia, também não fez absolutamente nada, fechou os olhos e dormiu de consciência tranquila com isso, é que é a grande lição do processo Casa Pia. Continuamos a ter demasiada gente desta no nosso país!    

Mas, na altura, se bem me lembro, tal como agora, trafulhas na cadeia, (naquele caso, pedófilos na cadeia), mas o país deixa de funcionar. As escola não começam a tempo, nem prometem recuperar o tempo perdido. Os tribunais estão um caos e a saúde está doente... mas estamos a pôr os trafulhas todos na cadeia. Isto chega?
Tem de se começar por algum lado e se fosse eu, também começava assim, a limpar a casa primeiro. Convém é ter o cuidado de, no fulgor da limpeza, não partir a mobília toda pelo caminho.

Para terminar, um pequeno aparte: havia necessidade de prender o senhor, a uma sexta-feira, acabadinho de chegar de Paris? Digo isto, mas, para mim, ele devia ter sido preso na quinta, ou na quarta, ou na terça, ou lá quando foi a ida para Paris. Até me surpreendeu, o senhor engenheiro. Só veio à terceira, mas veio! Muitos temos que fugiram para o Brasil, (Cabo Verde...)... E nunca mais voltaram!
Ora se o senhor vinha de Paris e é sexta-feira, não ia a fugir. Não podiam fazer as coisas no horário normal de expediente? Na segunda-feira ir a casa do Sócrates e detê-lo na residência oficial? A mim dava-me um jeitaço, que eu trabalho ali perto e podia ir até lá bater palmas e gritar: “trafulha!”, “já vais tarde!”…
Não me lembro da última vez em que o super juiz Carlos Alexandre teve um fim-de-semana descansado. Ele é casado? Eu se fosse mulher dele não aturava isto, por muito bem que trouxesse ao país - “Carlos Alexandre! Tem paciência! Ou a justiça ou o nosso casamento!”
É só uma sugestão que eu deixo. Lá porque os senhores fiscais e polícias não têm vida familiar ou social, o resto de nós, mesmo quando não tem, quer é beber copos à sexta à noite!

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Já não tínhamos trafulhas que chegasse?

Pelos vistos não. Daí os vistos gold! Em que consiste este belo conceito?
Pois bem, consiste em fazer um investimento de alguns vários milhares de euros no país, (500 mil), e em troca receber uma autorização de residência. Sem burocracias ou perguntas inconvenientes.
Mas a lei já não previa, que estrangeiros, com intenção de investir no nosso país, pudessem, legítima e legalmente, obter uma autorização de residência?
Previa sim senhor! Chama-se a isso, se bem me lembro, “imigrantes empreendedores”, e diz que um imigrante, que seja, ora lá está, empreendedor, pode aqui obter  uma autorização de residência, para empreender.
Só que isto era no caso de ser um estrangeiro com boas intenções e que não tivesse problemas em explicar, de onde lhe vinha o dinheiro para investir. A lei quase só prevê casos de investimento, para investigação ou criação de postos de trabalho e não os casos de quem “investe” dinheiro, a comprar casas milionárias. Era uma lacuna grave, não era?! Aliás, se a ideia é fazer de Portugal, um antro de mafiosos, vamos no bom caminho!
Só que nem tudo é um mar de rosas, no caso dos vistos gold, pois, afinal, parece que já tínhamos trafulhas que chegasse, a ver com a quantidade de gente, com altos cargos na administração, detida e sob investigação.
Vistos gold?! Francamente! Não cheira logo a trafulhice?! De quem paga mais e passa à frente dos outros?! Precisamos assim tanto de dinheiro?! Viver à custa da Europa e de estrangeiros trafulhas são estas as nossas soluções?!…


Ficamos também a saber, por estes dias, que António Costa vai criar taxas turísticas e de dormida, a quem entre em Lisboa. O argumento mais ouvido, esta semana, tem sido: “É só 1 euro!”. Parece um toxicodependente, este nosso autarca: “É só 1 euro, para comer uma sandes…”!            
Rod Liddle, perguntava, num dos seus últimos textos, se a esquerda era doida ou se a esquerda era hipócrita? A ver por este caso do António Costa e das taxas, nenhuma  delas, acho eu. Na maioria dos casos, a esquerda é mesmo burra! E não pensem que estou a falar mal. NUNCA!
A burrice é dos melhores defeitos que as pessoas podem ter. Somos feitos para aprender mais. Por muito que uma pessoa queira ser burra a vida toda, acaba sempre por aprender alguma coisa. Já a doideira, ou as pessoas desonestas, conheço muito poucos casos de recuperações bem sucedidas.
Exemplo? O ministro da economia falou a dez à hora no Parlamento, para o António poder ouvir e sem palavras difíceis, bem explicadinho, como que a dizer: “Olha lá António! Foi a única coisa que este governo fez de jeito, vê se aprendes!”. E o António, no dia a seguir, taxas e taxinhas.
Até a taxa de esgotos, que ia ser eliminada, afinal é “integrada”, na taxa de saneamento. Estão a ver?! São burros e não sabem escrever! Se uma coisa vai ser eliminada, como é que, posteriormente, pode ser integrada? Só se for num cemitério, ou numa sucata, ou numa lixeira… Ou bem que taxa é eliminada, ou bem que ela é integrada. Isto é desonesto? Claro que não! Desonesto seria dizer que a taxa de esgotos ia ser eliminada e sem ninguém dar por isso, aumentar para o dobro a taxa de saneamento. Afirmar que a taxa de esgotos vai ser eliminada e posteriormente integrada, ora lá está, não sabem escrever.
Vamos lá explicar ao António, como se o António tivesse 6 anos de idade. Uma taxa, António, implica pagar um preço, por um SERVIÇO PÚBLICO prestado.  Não vi nenhum serviço adicional referido, nem foi referido qualquer “serviço” a taxar, que não estivesse taxado antes.
A taxa de esgoto e a de saneamento, o mesmo serviço, duas taxas, muito bem, abolir a primeira. Se o serviço de esgotos, ou de saneamento, com a integração - Eliminação?! Francamente! Era um aborto a nascer e um esgoto a morrer - fica mais caro, aumentar a taxa, concedo. Agora, aumentar e criar taxas, para equilibrar o orçamento autárquico e não necessariamente, porque os serviços prestados, custam mais a prestar, é tão pouco inteligente, que chega a ser inconstitucional. Não podíamos taxar só os turistas alemães? Podíamos, mas também seria muito pouco inteligente e ainda mais inconstitucional. E então?!…
Inventa qualquer coisa, António! A taxa turística, porque, para o turista, nacional ou estrangeiro, é um privilégio sentir o cheiro a Lisboa. E a taxa de dormida, sei lá, porque se dorme muito bem em Lisboa, desde que os bares fecham às duas da manhã?!    


Por último, tenho de confessar uma dúvida, que me tem andado a apoquentar, estas últimos semanas. É uma dúvida de muito mau gosto. Confesso! Quase todas as minhas dúvidas são de muito mau gosto. Só nas certezas, é que eu me esmero, para tentar não ofender as pessoas… Cá vai, então: 
É só impressão minha, ou o director geral de saúde, tem um ar muito pouco higiénico, para a sua função?
Se ele fosse director geral da meteorologia, não me fazia confusão, mas da saúde?! Com aquele cabelo e aquela barba, enfim, se me perguntassem, eu diria que foi por ali, que começou o surto de legionella. É de mau gosto dizer isto?! Eu só quero ajudar…  

sábado, 8 de novembro de 2014

Psicanálise...

Estudos, estatísticas, percentagens e sondagens? Não tenho qualquer tipo de respeito por estas coisas. Por mim falo, das vezes que respondi a algum inquérito, não fui nada confiável e nem foi falta de sinceridade. É que se eu não penso muito sobre as coisas, antes de responder, a primeira coisa que me vem à cabeça é asneira. Posso dizer, (modéstia à parte), que o meu instinto de defesa é muito apurado, mas no ataque, eu tenho de pensar antes, que se vou no instinto, fico lá.
Nestas últimas legislativas, (creio que em 2011), estava em casa, num domingo à tarde, quando um senhor me toca à campainha, com uma daquelas urnas portáteis e me pede para votar, três semanas antes das eleições. Eu respondi: "mas eu ainda estou indecisa!" - ao que o senhor devolveu: "mas é só uma sondagem!". Exactamente, era só uma sondagem.
As pessoas mudam de ideias. Pior, algumas pessoas, sob a capa do anonimato e quando estão perante estudos, sondagens ou outros exoterismos, respondem aquilo que elas gostavam de ser e não aquilo que elas são, o que, convenhamos, quase nunca é a mesma coisa.
Por isso me irrito, sempre que, após umas eleições, aparecem aquelas teorias conspirativas das empresas de sondagens, que tentam manipular as suas amostras. Eu não sei se tentam ou não, atenção! O que eu sei, é que mesmo que tentem, não creio que cheguem muito longe. As pessoas, quando sabem que são invisíveis, deixam de "cantar de galo" e "soltam a franga" dentro de si.
Há uns quase 15 anos, eu vivi numa residência universitária. Não interessa aqui dizer qual, até porque, a história que eu vou contar é um bocado triste. Todos os anos, no início do ano, a nossa directora chamava uma de cada vez ao seu gabinete, para preenchermos um questionário sobre as condições da nossa residência universitária, que, depois de preenchido, deixávamos numa pequena urna à entrada do gabinete da senhora directora. Novamente, acho que sempre fui sincera nestas coisas. Falei mal da comida, dos horários de entrada e se "pequei", foi por falta de ponderação, mas nunca com a intenção de falsear o estudo da senhora directora.
A minha colega Laura, por exemplo, confiando no anonimato, disse poucas e boas, a melhor delas, (que eu agora me lembro), que deviam providenciar uma cadeira, no hall de entrada, à sub-directora da residência, (também tínhamos uma), para ela não estar todos os dias em pé, na cusquice com as recepcionistas. Por último, a minha colega Margarida, que sempre foi mais esperta que nós todas juntas, foi ao gabinete da directora, preencheu calmamente o seu questionário e à saída, antes de o colocar na urna, decidiu abri-la e ver quantos questionários já lá estavam dentro. Querem saber a resposta? Nenhum.  Pois é, a urna estava vazia, pois a senhora directora, essa "fascista", ia lá buscá-los, antes que entrasse a próxima residente, para os nomear e arquivar, no dossier "pidesco", que certamente teria sobre nós.
Há pessoas assim, que não conseguem conhecer os outros, por aquilo que eles dão, têm de entrar na sua cabeça, saber o que pensam e o que sentem, para ter a certeza que nada lhes escapa. "Control freaks", acho que é o nome técnico.          
E ainda a propósito de exoterismos e cosmogonias, um estudo recente veio dizer, que se os cavalheiros “fizerem o amor”, regularmente, com 20 donzelas diferentes ou mais, diminuem o risco de cancro da próstata, em 30%.  Por outro lado, li também, um outro estudo, (acho que foi no "Crime"), que o risco de perderem o seu precioso membro à noite, durante o sono, aumenta em 50%, o que, se pensarmos que as taxas de sucesso, na cura do cancro da próstata, são de quase 90%, eu diria que não vale a pena a trabalheira, atento o risco envolvido.
E já agora, os gays? Também entraram neste estudo? Pelo que eu pude perceber, o segredo da profilaxia está nas senhoras, mas ninguém me explicou se, por exemplo, uma senhora fizer amor com 20 outras senhoras, também diminuem o risco de cancro da próstata?! E quem terá tido a ideia de levar a cabo esta idiotice? Será que avisam as senhoras “cobaias” da finalidade do estudo? E o número? Não são 5, não são 10, nem 15, são 20! Aposto que foi algum pastor evangélico a ter ideia disto, que eles têm muito medo de gays… Já os rebarbados, como se pode ver por aqui, não assustam ninguém.
Eu recusava-me a participar numa pouca vergonha destas e ainda era capaz de dar dois pares de estalos, no parvalhão que me falasse disto! Soa-me a engate foleiro da noite: “Sabe que fazer amor com mulheres diferentes diminui o risco de cancro da próstata?” -  e eu respondo: “Dizem que enfiar os dedos no rabo também ajuda."

Deus me livre e guarde de estar a falar mal! Mas …

A única vez em que senti, que podia ser agredida, por ofender uma pessoa, foi com um inglês e por causa de Joy Division. Reconheço, fui muito leviana. Quando se fala de vacas sagradas é preciso ter o cuidado de perceber, primeiro, se o nosso interlocutor é indiano ou paquistanês. No meu caso era indiano.
Também senti isso com os meus pais e a vaca sagrada que é, para eles, a Gabriela da Sónia Braga. À mesa, durante um almoço de domingo, eu disse: "Nunca vi a primeira Gabriela, mas podia apostar o que quisessem, que esta última é muito melhor!". Oh pá! Eles digladiaram-se com o olhar, para ver qual deles me ia pôr na ordem primeiro. A minha mãe ficou tão ofendida, que eu pensei que fosse começar a chorar e o meu pai acabou a conversa com um seco: "Tu não sabes o que dizes!". E se calhar é verdade que não sei, que eu nunca vi a primeira, (mas eles também nunca viram a segunda...).
Voltando a Joy Division. Se é verdade, que  inauguraram uma era musical, também não é verdade, que são assim um bocadinho… rudimentares?! Irritam-me as pessoas assim: “Ahhhhh! Joy Division é que é!” e sejamos sinceros, não é! É que soa um bocado a: “Ahhhhhhhhh! O fonógrafo, a grafonola  e o telégrafo, que saudades!”. E não temos. É giro ver em museus, mas ninguém usa aquilo em casa.
E dizia-me o tal amigo inglês: “Ahhhhh! o Ian Curtis é que é! A maior perda musical de sempre… blá blá blá... blá blá blá...”. E eu, já fartinha de ouvir esta conversa, respondi: "Sim, foi uma grande perda, mas sejamos sinceros, às vezes, é preciso algo trágico acontecer, para que uma Nova Ordem possa triunfar." O meu amigo ficou tão ofendido, que me virou as costas, bateu a porta e foi embora.
As pessoas não gostam, que brinquem com as suas vacas sagradas!
E por falar em vacas sagradas, eu, que nem sou destas coisas, arranjei uma. Chama-se Cristiana e mora na Casa dos Segredos. Ficou-me logo debaixo de olho quando entrou, mas, sou sincera, não adivinhei o segredo à primeira. Advinhei logo o do Odin, que é um senhor com um bigode muito estranho, (de quem começou o movember há 3 anos), e que tem um fetiche pela Teresa Guilherme. Verdade seja dita, o homem entrou na casa e eu topei-o logo. Este só entrou, porque tem um fetiche pela Teresa Guilherme. Ou uma cunha, mas pareceu-me mais que era um fetiche...
Mas, voltando à minha Cristiana. A Cristiana é bailarina de músicos pimba e isto não era segredo para ninguém. Era assumido. E o seu segredo? Ah!? Ah!? Ah!? O segredo dela, eu pensei que fosse uma daquelas coisas banais, do género: "Fui miss bum bum 2009!". Ou então, quanto muito: "Já comi os três Carreiras!". Mas não, é muito melhor! A Cristiana já andou com jogadores da bola dos três grandes clubes portugueses e com jogadores da bola de, pelo menos, três selecções nacionais diferentes. É o papa (dos) jogadores da bola, a Cristiana! Já não se sentia tanta tensão a revelar um segredo, desde que a Carolina lá passou. Por mim já ganhou! Nunca fui das que perde tempo a votar, mas, desta vez, a Cristiana tem o meu apoio até à final. Estou para ver, quantos jogadores vão acusar xanax, no controlo anti-doping.
Até estou a pensar perguntar-lhe, quando ela sair, se ela quer ir comigo para a fila de espera do Cristiano Ronaldo. É uma fila de espera que convém ir acompanhada, pois é muito grande e desde que a russa, com cara de poucas amigas, lá chegou, demora imenso tempo a andar para a frente. Ora, como eu já vi a Cristiana a atirar com uma garrafa de detergente, à cabeça de uma colega, lá dentro da casa, acho que vou segura com ela. Não deve ter sido à toa, que conquistou o que conquistou.
Espero bem, que o nosso "melhor" jornalismo investigue a fundo esta matéria. No mínimo, um dossier "Cristiana e os 40 jogadores da bola" ou só: "Mister Cristiana e seus convocados"...
É a maior!!!