quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Wanna To Cry

O Trump ganhou e também eu tenho vontade de escrever um texto desencantado e pedinte, sobre a necessidade de ouvir e prestar mais atenção, aos apelos da extrema direita, aqui na Europa e na América. Depois ganho a noção do ridículo e passa-me. Mas façam assim: ouçam bem os deploráveis da extrema direita na América e tentem compreendê-los. E de seguida, façam as malas para a Síria e ouçam bem e tentem compreender ainda melhor, por que motivo jovens europeus dos subúrbios de Paris, Londres e Bruxelas... fogem dos seus países de origem, para se juntar à jihad islâmica, boa? 
Não me façam rir, quando tenho vontade de chorar. Se não se importam, por mim, escolho continuar a chamá-los de broncos e a fazer pouco deles, desculpem lá...


O meu avô, por acaso, atirava um bocado ao fascismo e eu bem podia ter tentado compreendê-lo, mas não me dei ao trabalho. Era velho e na minha opinião, os velhos podem ser tudo o que eles quiserem, inclusive xenófobos e sexistas. Não vão durar cá muito tempo e até deixo passar... Mas se não forem velhos, não aceito estes bullies da treta armados em vítimas.
No 60 minutos desta semana ouvi um dos eleitores do Trump a dizer, com um tom muito oprimido, que não podia dizer aquilo que pensava, porque as pessoas o ostracizavam. Literalmente, nem estou a tirar proveito da tradução. Sem querer compreender estas pessoas - Deus me livre! - acho que começo a entender como elas funcionam. Podem dizer todas as alarvidades que lhes passem pela cabeça e não esperam de nós outra coisa, que não sejam sorrisos e palmas. O mundo é um imenso speakers corner, onde eles são os speakers e nós os turistas de passagem, que é como quem diz, o corner.
Ou são bullies, ou são vítimas, decidam-se! As duas ao mesmo tempo não dá. Nós cá no burgo temos um ditado, que diz assim: quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele. Como é que se diz isto em americano?