Quando uma pessoa pensa que já viu palermas de todos os tipos, com cartazes na rua, a vida vem e surpreende-nos todos os dias com novos exemplos de palermas e os cartazes que eles trazem para a rua. Dos palermas todos a segurar cartazes na rua, os "I love EU" são os meus favoritos. Têm aquele cheirinho a América Latina, onde até já começa a ser raro ver propaganda destas nas ruas. É mais coisa para a Coreia Norte, o amor aos líderes e às instituições. E em Angola também se usa muito, diz que há muito amor ao "Zédu" por aqueles lados, seja lá o que isso for. Na Europa é uma estreia. É uma ideia que eu deixo àquela malta da ONU, de um novo critério para apreciar o desenvolvimento das nações: o amor que um povo nutre pelos seus líderes e pelas instituições que os governam.
Tenho de confessar que eu congelo um bocadinho por dentro, sempre que vejo um palerma com um cartaz a dizer: "I love EU". Uma pessoa anda há anos a tentar convencer-se que isto não está a caminhar para a união soviética e depois surgem estas marchas a dizer: "We love EU" e todos os meus argumentos caem por terra... Tantos ditadores ao longo da história e foi preciso um gajo raptar meia dúzia de pessoas, em Estocolmo, para termos um nome bonito a descrever o conceito de xonés.
Lembra-me uma música que reza assim: "Never tell the one you love that you do, save it for the deathbed". Não sou ninguém para vos dar conselhos sobre a vossa vida intima, como o Matt, mas é um bom princípio para ser aplicado à política. Haverá certamente bons políticos no mundo, a fazer um bom trabalho e sabem qual a atitude de um país do primeiro mundo, para com estas pessoas? Não é nenhuma. Afinal não fazem mais que a sua obrigação. É uma das chatices do serviço público. O nome já diz tudo, a pessoa faz bem e não faz mais do que a sua obrigação.
Imaginem que um dono de uma PME, com cerca de 20 empregados, aparecia um dia no armazém com um cartaz a dizer: "O Adalberto é o melhor empregado do mundo e eu amo-o por isso". Nunca aconteceu, nem vai acontecer, pois além de pregar um susto de morte ao Adalberto, o mais certo é que o Adalberto não fizesse mais nada de jeito no trabalho a partir daí. Acontece o mesmo com a política e os políticos. Não sejam groupies! Estragam a vossa vida e a minha também. Sobretudo os fãs do Professor Marcelo, até fico agoniada com tanto afecto. Credo! A sorte é que ele não atira ao fascismo ou estava tramada com vocês.
Imaginem que um dono de uma PME, com cerca de 20 empregados, aparecia um dia no armazém com um cartaz a dizer: "O Adalberto é o melhor empregado do mundo e eu amo-o por isso". Nunca aconteceu, nem vai acontecer, pois além de pregar um susto de morte ao Adalberto, o mais certo é que o Adalberto não fizesse mais nada de jeito no trabalho a partir daí. Acontece o mesmo com a política e os políticos. Não sejam groupies! Estragam a vossa vida e a minha também. Sobretudo os fãs do Professor Marcelo, até fico agoniada com tanto afecto. Credo! A sorte é que ele não atira ao fascismo ou estava tramada com vocês.
O máximo de afecto que uma pessoa deve ter por um político é dar-lhe uma galheta no cachaço e dizer: "Presta atenção à tua vida, pá!" Mais do que isto acho que é estragar.