terça-feira, 19 de janeiro de 2016

ATENÇÃO! ESTE TEXTO PODE CONTER VESTÍGIOS DE POLITICAMENTE CORRECTO.

Estamos todos chocados com os incidentes de Colónia, não estamos? Não, não estamos. Alguns estavam mesmo à espera desta oportunidade e não conseguem disfarçar a excitação de tão contentinhos que estão.
Afinal não é todos os dias que podemos vomitar os nossos ódios pessoais cá para fora, sem culpas de maior e até com alguns aplausos de admiração. 
“A culpa é das feministas!”; “A culpa é da esquerda!”; “A culpa é dos refugiados!”; “E de quem lhes abre as portas!”. Para esta gente os factos atrapalham. O que é importante é aproveitar o momento, para rosnar e mostrar os dentes.
Passam o ano inteiro a bater palmas às palermices do Dr. Arroja, a rir com as alarvidades do Sr. Trump, a fazer pouco da criminalização do piropo e a elevar o Manuel Palito a mascote nacional, mas em chegados a estas alturas, põem a cartilha do "respeito às mulheres" na lapela e dizem que não há condições para receber refugiados, por causa delas. Obrigadinha! A sério! Sempre é melhor que nada.

Deus livre e guarde uma mulher de dizer que é feminista. Neste país, ela é logo chutada para canto com epítetos de histérica, louca, nazi, etc. Mas se for um homem machista, toda a gente acha graça e dizem que é excêntrico. Nada contra. Mas se puderem aproveitar estes momentos, em que trazem o respeito pelas mulheres ao peito, para me explicar isto, eu ficar-vos-ia eternamente grata. Estou a pensar ingressar no feminismo, mas não sei como fazê-lo, para ser engraçada e excêntrica, em vez de histérica, louca e nazi.
    
Só há um único culpado nesta história de Colónia e é a polícia, tanto por não ter actuado, como por não ter divulgado os crimes. Se foi por falta de meios ou pura incompetência… estas são as questões que as pessoas verdadeiramente chocadas, gostavam de ver respondidas. O resto é pura raiva, contagiosa e não vai lá com vacinas.
Até uma criança com défice de atenção percebe, que a única forma de combater crimes, é meter os criminosos na cadeia. E sobretudo no que toca a crimes sexuais, a cor ou a religião das pilas costuma ser um bocado indiferente. Basta lembrar as violações colectivas na Índia. Também eram pilas hindus e monhés, e não me parece que alguém tenha tirado alguma conclusão à custa disso.
E para terminar, (tenho mesmo de dizer isto), aquilo que distingue os países do Ocidente, da Índia, do Paquistão, da Síria e da Idade Média em geral, é o facto de a polícia e os tribunais funcionarem, não é a forma de pensar das pilas.