quarta-feira, 17 de setembro de 2014

HALF NELSON!!!

“A droga não é para quem quer, é para quem pode”!
Um amigo meu de infância diz muitas vezes isto e parece-me uma das frases mais acertadas que ouvi na vida. Resultado de más companhias?! Talvez…
Half Nelson é o filme que mais me marcou na vida, exactamente por isso. Abalou e pôs em causa um dos meus mitos. O professor, que se bem me lembro, nem se chama Nelson,  apresenta-se como um desses homens, que pode. Faz noitadas, usando de forma muito recreativa e aparentemente inofensiva, a rainha de todas elas, cocaína de seu nome. E sai-se muito bem. É querido pelos colegas, ouvido pelos alunos e goza de uma preferência maternal, por parte da directora da escola. A família irrita-o um bocado, a namorada deixou-o, (chegou à conclusão, que pertence aos que não podem), mas ele segue o seu caminho, a sua teoria, a sua crença e sai-se bem.
A grande "bomba" que o filme lançou na minha vida, é a mensagem clara que transmite. O comum dos mortais, que não pode, ou não quer, também comete erros e erros graves. Somos humanos pá! Usando das metáforas, (que é uma coisa que eu gosto de fazer), o comum dos mortais, quando cai, na pior das hipóteses, rola a encosta íngreme, rebola até lá abaixo, mas sobrevive. E se for preciso, levanta-se no momento e segue caminho rumo à montanha outra vez. Um bocado esgadanhado, é verdade, mas vivo e com energia para recomeçar. O crente, o viciado, o agarrado ou o drogado, quando cai, tem sempre uma  encosta mais íngreme e um fundo que parece não ter fim. Não acredito que tenha de ser necessariamente assim, mas, também, nunca me tinha deparado com imagens e argumentos tão poderosos.