segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Paredes de Coura, o festival da pneumonia!

Felizmente o receio nunca se confirma, mas é, racionalmente falando, temível.

Ao segundo dia do retorno da zambujeira do mar, o meu corpo ressente-se e começo a sentir a garganta levemente arranhada, o pingosito no nariz, a cara um bocadinho mais quente... À noite, a situação piora consideravelmente e eu percebo que o caso é grave o suficiente para 2 benurons quando, enquanto estou a jantar, tenho de parar para respirar(coisa que raramente faço).

Nem 1 semana depois, ainda constipada e com alguma tosse, rumo a Paredes de Coura.

O segundo dia é o verdadeiro paraíso. Dia solarengo, corpo esparramado na relva, poesia declamada nas margens do rio Tabuão (Cesariny no seu melhor só para dar uma ideia)... É sem dúvida o festival esteticamente mais agradável!

Mas, voltando à pneumonia. No segundo dia, a morrinha dá o mote e o terceiro dia é o verdadeiro dilúvio (para o ano se tudo correr bem chove no dia de fazer as malas e abalar). "Molhada até às cuequinhas", era o estado em que me encontrava, por esta hora, há coisa de 8 dias atrás e nesse estado me aguentei, (bem contentinha devo dizer) por mais umas 5 horas.

A verdade é que apesar da chuva, do frio e da violenta galhofa, por mais um ano, acho que voltei a escapar à pneumonia...



Vi a cena mais romântica da minha vida este ano, no decorrer do festival. Os Peter,Byorn and Nico (é verdade!..o John baldou-se e o Nico foi o melhor que se arranjou) ocupavam o palco e eu vegetava na relva.

O cenário de Paredes de Coura é idílico e naturalmente dado ao romantismo. O palco está enfeitado de montes verdejantes que o rodeiam por todos os lados e a plateia é uma espécie de anfiteatro natural. É, aliás, devido a este formato da plateia, que é prática comum no festival um desporto chamado "rebola por ali abaixo". Foi assim, neste contexto, que eu vi a cena mais romântica da minha vida. Uma jovem maluca "rebolava por ali abaixo" seguida pelo namorado, que corria atrás dela tentando, infrutuosamente, segurá-la e fazê-la parar. Às vezes, ele alcançava-a e conseguia a muito custo levantá-la, mas novamente ela se atirava alegremente para o chão, para "rebolar mais um pouco por ali abaixo". O rapaz, incansável, corria atrás dela e dizia coisas tão bonitas e carinhosas como, e passo a citar, "Oh mor! Para lá com isso! Oh mor! Olha que t'aleijas... Oh mor! Bá lá, pára de rebolar! Olha qu'eu tou aflito para mijar!".
Ela estava ligeiramente bêbada, creio, mas isso em nada prejudicou o romantismo da cena.