quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

QUEM É QUE NÃO VAI PAGAR ISTO?

As perguntas são sempre mais importantes que as respostas. Mas de todas as perguntas que se podem fazer: “Quem é que vai pagar isto?”, sem ofensa, é das perguntas mais idiotas.
Daí aquela afirmação do secretário de estado dos assuntos fiscais, que não conseguia inventar impostos pagos por marcianos. A única forma de anular uma pergunta idiota, é com uma resposta igualmente idiota. Chama-se a isso, se não me engano, a primeira lei da dinâmica da estupidez.

Eu por acaso também tenho uma pergunta, que há várias semanas não me sai da cabeça, onde é que estavam estes forretas todos, quando faliu o BPN? E quando faliu o BES? E quando faliu o BPP? E quando faliu… espera lá, o que é que foi mesmo, que aconteceu ao BANIF?!
Não deixa de ser curioso, que estas mesmas almas “caridosas”, nunca apareçam com as suas pertinentes perguntas, quando são os bancos a falir.

Nem vou dizer se sou a favor ou contra as medidas do orçamento, que prevêem menos horas de trabalho, mais feriados, o aumento do salário mínimo, etc. O que me interessa, é que com estas medidas, eu sei bem quem vai pagar – o contribuinte, como sempre – mas sei, sobretudo, quem vai receber. Conheço pessoalmente alguns deles, sei o trabalho que fazem, os impostos que pagam e nalguns casos, até o que eles bebem ao jantar.
Já quando são os bancos a falir, é fácil saber quem vai pagar – ora lá está, o contribuinte, como sempre – mas quem é que vai receber? E quem é que já recebeu? A resposta a estas perguntas é um enorme vazio e não me parece que haja alguém interessado em preenchê-lo. Nem mesmo os forretas.
E, infelizmente, eu também não posso ajudar. Não conheço ninguém que tenha recebido com o colapso do BPN, do BPP, do BES ou daquela coisa estranha que aconteceu ao BANIF.

É muito sinistra esta pergunta. Na minha opinião, se é para perguntar, mais vale perguntar, quem não vai pagar isto. Não é que seja uma pergunta muito difícil de responder. Basta ler a lista dos arguidos, que fizeram acordo com as finanças, na operação furacão e têm uma pequena amostra, sobre quem, certamente, não irá pagar nada disto.