"As opiniões são como as vaginas, cada uma tem a sua e quem quiser dá-la, dá-la."
Já lá defendia essa nossa dinossaura intelectual que era - ainda é? - a Dra. Rute Remédios. Ou como diz a revista do Guardian, numa linguagem bem mais simplória e brejeira: "Comment is free, facts are sacred."
Às vezes pode parecer que é ao contrário, mas não é. Os factos são o que são e não mudam à vontade do freguês. Já as opiniões, são só opiniões e não é porque discordarmos delas, que opiniões, meras opiniões, passam a ser "politicamente correto", ou "cancel culture", ou "woke", ou lá qual é a expressão da moda.
Perco toda a consideração e respeito por pessoas que se refugiam nestes pseudoconceitos bacocos de lavar cabeças acéfalas, para justificarem os seus insucessos e desamores, porque é para isso que eles servem, não é? Para calar opiniões discordantes, tratando-as como factoides subversivos, numa espécie de autoelogio, disfarçado de crítica social.
Dantes era o marxismo cultural. Qualquer crítica ao teu trabalho ou fracasso da tua obra era logo culpa do marxismo cultural. E olhem que ao contrário do poeta, até acho que as questões de gosto, (ou da falta dele), se podem discutir, não devem é ser tratadas como questões ideológicas, quando, claramente, não o são!
Ora, se Cristo, que era Cristo e, ao que dizem, um doce de uma pessoa, ainda assim não conseguiu agradar a todos, também não consta que tenha culpado o politicamente correto ou o marxismo cultural por causa disso. E não estou a dizer para darem a outra face, (era bem capaz de aproveitar...), mas não se escudem nestas desculpas tristes e pedantes, para tentar justificar as frustrações e invejas da vida.
O mais curioso é que estas táticas são sempre usadas por gentinha, que adora veicular os seus preconceitos, como se de trabalhos académicos ou científicos se tratassem. Não são. Mas como julgam os outros pela forma e não pelo conteúdo, devem estar à espera que lhes retribuam o "favor".